quinta-feira, 30 de abril de 2009

Bica Galo!! Mas bica mesmo!!!

Eu sempre falo que o Galo é minha pior ex-namorada, do tipo que a gente fala que "nunca mais vou olhar praquela vagabunda", mas esquece tudo quando ela te dá mole de novo. Fica naquele esquema de enrolação para que, quando chegar nos "finalmentes", ela sacanear mais uma vez. e acontece tudo de novo eternamente, até que a morte nos separe.

Hoje o Galo tomou mais uma saraivada, dessa vez do Vitória-BA, pela Copa do Brasil. Domingo perdeu para as Marias. Provavelmente vai perder no próximo domingo e no mínimo empatar com o Vitória na 4ª Feira que vem.

O time do Galo deu esperanças esse ano. Tinha alguns anos que não fazíamos a melhor campanha do estadual. Perdemos um clássico roubado das Marias, mas jogamos de igual pra igual. Sou da época que o Galo colocava 5 por 1 em clássicos. Que entrava com chances de chegar. E agora é essa palhaçada.

Hoje eu estou com uma sensação que eu NUNCA tive. A de desânimo. Nem quando o Galo caiu pra Série B eu senti isso. Acreditava na virada. Acreditava que podíamos salvar goleadas. E hoje eu estou sem esperanças nenhuma. Até porque não existe uma diretoria no Galo que faça o que fez a de 1958, como mostrar a foto ao lado. E não tem time para fazer os atleticanos irem ao Mineirão em imensa maioria, como sempre foi e como mostra a outra foto. O jogo era Galo x Marias de 2001, pelo campeonato brasileiro, com mais de 84 mil pagantes. O "Empurra as bichas" pôde ser provado mais uma vez. E tem tempo que isso não acontece.

Então, vou TENTAR parar de acompanhar o Galo enquanto no time titular jogarem Juninho (o mesmo vale pro Édson), Marcos, Márcio Araújo, Lopes e Éder Luis. Isso do time titular. Ainda faltam os reservas, que por enquanto não contam. E os outros que não é que estão justificando o salário. É que com esses eu estou com mais paciência.

Ou seja, está na hora de mudar. Se não mudar, perderão talvez o maior torcedor do Clube Atlético Mineiro.

Paz, até a próxima...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Se fosse com um certo "analfabeto"...

Frase do dia:

"Ela é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram. Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho nenhum" (
José Serra, governador de São Paulo e candidato a presidente, sobre a gripe suína)

Acessado no blog Futepoca e do Paulo Henrique Amorim.


Capas...

Uma das coisas que mais se perderam com as "novas tecnologias" foram as capas de disco. Primeiro, com o advento do CD, que fez com que todas as capas se transformassem em miniaturas. Depois com o MP3, não é mais necessário um meio físico para ouvir música, e com isso as capas acabaram de vez.

É uma pena porque as capas, depois dos anos 60 principalmente, passaram a serem vistas como uma parte da obra. Antes, a capa era uma foto do artista simplesmente. Era usada para que a imagem do artista fosse gravada na mente daqueles que compravam discos. Além do mais, na época o single era a grande "menina dos olhos" das gravadoras, e quase nenhuma investia no formato "long play". Esse formato era usado para reunir todas as músicas do artista, algo como um "greatest hits" sem nenhuma lógica, e a capa estava lá simplezinha com uma foto estampada.
Principalmente depois dos Beatles, o LP e as capas passaram a ter maior relevância. Durante a fase "Yeah Yeah Yeah" as capas dos Beatles eram quase todas de fotos. Please Please Me, With the Beatles, até Rubber Soul era desse jeito. A partir de Revolver, observem como ficaram diferentes as capas. Destaco a capa de Sargent Pepper's Lonely Hearts Club Band, imitada até por Zé Ramalho, a do Álbum Branco por mostrar que poderia fazer algo simples genial, e a Abbey Road, com seus detalhes pra lá de significativos.

Depois dos Beatles, todo mundo passou a olhar a arte das capas com mais carinho. Vieram os álbuns duplos, os encartes duplos, as letras das músicas dentro da capa e principalmente a ideia de que o disco era uma obra completa tanto fisicamente como artisticamente. Nascia a ideia do disco conceitual, com todas as músicas interligadas entre si para fazer sentido ao ouvinte.

Como disse, depois do CD, as capas ficaram pequenas e perderam um pouco de sua magia. Mas a ideia de montar um disco ainda existia. Hoje, com MP3, isso não existe faz muitos anos. Parece que voltamos a era dos "singles", onde a obra é só uma música, não o disco completo. Exemplo clássico é a declaração de Thom Yorke, do Radiohead, dizendo que pensa em não gravar mais discos, e sim uma música aqui, outra acolá, e por em seu site para que as pessoas baixem.

Não é saudosismo, mas imagina você ir numa loja de discos procurar o novo disco de sua banda/cantor(a) favorito e encontrar uma bela capa. Ou então, imagina o que pensaram os fãs do Pink Floyd ao deparar com a capa do clássico "Dark Side of The Moon", que ilustra esse post por ser minha capa favorita na historia do rock? Com certeza a capa fazia parte do disco. Pena que não faz mais...

Paz, até a próxima....

domingo, 26 de abril de 2009

Utilidade pública

Esse vai ser um post reduzido...

Acabei de ler no blog Inove Aqui que existem muitos sites que auxiliam as pessoas a conseguir caronas. Sim, isso mesmo, CARONAS, em letras garrafais. Copiando e colando desse blog, a coisa funciona assi: "geralmente há um site em que pessoas se cadastram, criando um perfil e dando o máximo de informação sobre si (com foto, preferências, informações pessoais, etc...), e quando quiserem dar ou pegar uma carona, entram no site para dizer para onde estão indo de carro, ou para onde gostariam de ir, e o horário. Com o passar do tempo, o perfil de cada usuário é incrementado com notas dadas pelas pessoas com quem a carona foi compartilhada, dando credibilidade e segurança aos usuários do site. Assim, todos podem oferecer ou pegar caronas com quem esteja indo na mesma direção por meio de um sistema que cruza as informações dos usuários."

Lá na UnB, a maioria das pessoas moram nas satélites. Será que um site desses ajudaria esse pessoal? E outra, o pessoal pegaria carona com desconhecidos?

Paz, até a próxima...

sábado, 25 de abril de 2009

While my guitar...

Eu comecei a tocar quando eu tinha uns 12 anos. Minha mãe me pôs na aula de órgão junto com minha irmã e uma pancada de primas. Tinha uma outra mina, acho que se chamava Rebeca, que morava na minha quadra inclusive. Lembro só da existência dela, se ela passar na minha frente nem vou saber quem é.

Depois de uns meses, eu descobri que tocar violão era mais legal que tocar órgão eletrônico, além de ser muito mais fácil. Eu nunca consegui aprender as coisas sozinho, então eu tive aulas com um professor (grande "Seu Pereira"). Infelizmente, ele sabia me ensinar músicas populares como "Cai Cai Balão" e "Ciranda Cirandinha". Quando eu percebi que eu podia tocar músicas do Iron Maiden, ele perdeu totalmente a utilidade. Uma pena, já que era ótima pessoa.

Eu tinha (tenho) uma guitarra Jennifer que foi do meu irmão e se tornou minha primeira guitarra. Está comigo até hoje, esperando para que eu tome alguma decisão sobre ela. Pensei em mandá-la para um luthier e perguntar se ela tem alguma utilidade ainda. A minha idéia inicial era aproveitar SOMENTE o corpo dela e mandar fazer um bom braço de guitarra de 12 cordas. Trocar a parte elétrica inteira, colocar uma ponte decente, enfim, fazer as modificações para que ela fique ao menos aceitável.

Depois da Jennifer, comprei uma Jackson JDR. Foi minha principal guitarra durante uns três anos, pois depois eu passei para uma Epiphone S-400, uma cópia da Gibson SG do Tony Iommi e do Angus Young. Depois de um tempo, passei a gostar mais de guitarras de ponte fixa, então aquelas que tinham Floyd Rose não me interessavam mais.

Depois que eu fui para os EUA, trouxe minha sonhada Gibson Les Paul Studio. Mas até nessa hora meu lado "pão-duro" aparece. Eu tinha dinheiro para trazer uma mais cara, mas preferi guardar dinheiro para alguma emergência. Como não tive emergências, voltei com um dinherinho sobrando. E trouxe uma Les Paul, parecida com alguma que o Slash usava. Toquei com ela na festa do Igor e na festa da Lu, as únicas vezes que ela foi usada ao vivo, pois desde então, as bandas foram acabando ou eu só tocava violão/viola.

Ano passado eu comprei uma Fender Squier Stratocaster, porque eu queria ter uma guitarra parecida com as do David Gilmour. Troquei minha pedaleira POD 2.0 por ela. Até agora, adorei a troca. Inclusive, para minha surpresa, ela tem sido minha guitarra mais usada, tanto para gravações como para ensaios. Eu, um "lespaulzeiro" convicto, estou cada vez mais me convertendo ao lado "strateiro" da força.

Tudo isso pra dizer que eu voltei a ter prazer em tocar guitarra. Já fazia um tempo que eu tocava mais violão, não ligava o amplificador e tocava. Há umas 3,4 semanas voltei a fazer isso e espero mesmo que eu nunca mais perca esse hábito. Quem sabe um dia eu mostro para os interessados essas minhas 5 preciosidades.

Paz, até a próxima...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A verdade está lá fora...

Vocês devem ter visto a discussão entre Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. Eu achei genial. Afinal, todos nós sabemos que Gilmar Mendes gosta mesmo é de aparecer. E ontem ele apareceu mais uma vez, pra variar de forma negativa.

Gilmar Mendes é disparado o presidente mais controverso do STF. Suas declarações e atitudes nos faz pensar que ele usa seu cargo para decidir a favor dos amigos e de seus interesses. Aprovou a lei contra a algemas em presos (a "Lei Daniel Dantas"), libertou presos de várias operações da PF, além de falar que o juiz De Sanctis quis desmoralizar o Supremo. Até hoje não entendi essa. Uma galera de especialistas critica esse sujeito ai. A última dele foi tentar, depois da discussão de hoje, aprovar um manifesto contra o desafeto.

Já Joaquim Barbosa foi o relator do processo do mensalão, além de votar a favor que políticos condenados em primeira instância tenham sua candidatura anulada. Acho que já basta.

Não quero me alongar, mas fica aqui o vídeo do bate-boca. Para mim, JB disse o que toda a sociedade brasileira queria dizer já faz um tempo. Espero que Joaquim Barbosa deixe de ser o único ministro que nos orgulhe para ser o primeiro.

Aproveito pra perguntar pra vocês na enquete "de que lado" vocês estão. Claro, a pergunta é muito simples, mas é só para ter noção se queremos mais pessoas como Gilmar Mendes ou mais pessoas como Joaquim Barbosa na justiça brasileira.

Paz, até a próxima...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Brado da Massa, por Vitor Nicoli

Vendo uma reportagem hoje na TV, divaguei sobre o significado de um clube de futebol na vida de um individuo. Não me assustei com o teor de violência urbana da reportagem (por mais estranho que isso pareça, já que faz parte do nosso cotidiano viver entre sangue e sofrimento, infelizmente), mas com as circunstâncias. Um homem, seqüestrado, foi deixado numa mata à mercê da própria sorte, sem água nem comida, descalço. Ao ser localizado por policiais militares, agarrado em uma árvore, com escoriações pelo corpo e com visíveis sinais de maus tratos, os policiais se surpreendem com a pergunta do homem: “Quanto ficou o jogo do Galo ontem?”. E a resposta do PM não deixou de ser igualmente, no mínimo, curiosa: estamos na final.” Só assim, então, o homem desgarrou da arvore e permitiu a aproximação de seus salvadores.

Eu como ser humano, me comovi e solidarizei com o homem. Mas como atleticano, eu o entendi. E com meu pai, que me ensinou a venerar Reinaldo, Cerezo e Cia. e a desprezar Wright, iniciei uma discussão sobre o Atlético. Esta é a conclusão que tirei:

Muitos me perguntam o porquê de ser atleticano. O fato é que a pergunta, cientificamente, é válida. Clube vive de títulos. Vitórias. Glorias que devem reciclar-se com o passar dos anos, para que novos torcedores possam engrossar a torcida e gerar receita, lucro e tudo o que isso abrange. E isso o Atlético não vive faz um tempo. Glórias de verdade. Sejam por árbitros mal intencionados, por incompetência própria ou por qualquer outra ironia do destino, grandes glórias nunca fizeram parte do cotidiano de um torcedor alvinegro. Isso é fato.Todos esses argumentos podem ser comprovados por dados estatísticos. Provados. Mas quem disse que a ciência explica a paixão? Diga pra um atleticano mudar de time. Argumente os fatos. E prepare-se para uma discussão sem fim.

Eu associo o fato de ser atleticano com a própria pátria amada. Atleticano e brasileiro possuem características que os fazem ser uma pessoa só, em qualquer canto desse país.

Tudo no Atlético é com dificuldade. Nada na vida desse clube é obtida com algum grau de facilidade. Dentro de campo ou fora dele. Jogos que parecem ser fáceis são transformados em enormes batalhas, históricas, com pressão do adversário até o ultimo minuto para que o atleticano possa comemorar o 1×0 com mais gosto. E você, cidadão brasileiro? Já conseguiu alguma coisa “de mão beijada”? Acredito que a grande maioria não, porque me refiro ao povo, e não aos poucos bem afortunados. Faz parte do cotidiano do brasileiro conseguir as coisas com dificuldade. Trabalhamos muito e conseguimos o que queremos com suor, contra tudo e contra todos. Somos um povo que luta. Assim como o Galo.

E quando a vitoria chega, por mínima que ela seja, comemoramos como se fosse a ultima, porque sabemos que ela veio com dificuldade, com gana, com vontade, com garra. Esse é o espírito. Assim como conseguimos trocar de carro ou ganhamos uma promoção de cinco centavos na padaria. Será comemorada a vitória. E a festa que o atleticano faz incomoda. Vestido com o manto sagrado, após uma vitoria sobre um time inexpressivo, perguntam-me: ganharam de quem? Não importa. A vitória é celebrada. Cada vitoria. Sem discussões. É o Galo.

E nas horas difíceis, que nos últimos anos insistem em nos acompanhar, o atleticano tira a camisa do armário e vai às ruas. Mas não o incomode. É a sua forma de protesto, de mostrar aos cartolas que por debaixo do manto tem um coração apedrejado e calejado, mas que continua batendo por aquele time que joga de preto e branco. Tudo o que pedimos é só um pouco de respeito a esse amor incondicional. E o brasileiro pede algo a mais aos governantes deste país que viram as costas para uma sociedade que clama por “consideração”? (Para não dizer outra coisa…vergonha na cara, hombridade, dignidade, etc).

Outro aspecto intrigante é a fé de um alvinegro.Por mais que a fase esteja ruim, quando o próximo jogo se aproxima, a esperança retorna com força máxima. Eu mesmo já cansei de dizer: “Nunca mais torço pra esse time”. Mas não tem como. Não tem. É impossível deixar o Galo. Por mais que o time insista em não reagir, o atleticano pode até não dizer, mas acredita que no próximo certame a reação vai acontecer. Com um santinho na mão, o radinho na outra, onde quer que o Galo esteja, a fé estará com ele, apoiando e empurrando. Essa espiritualidade faz parte do íntimo de qualquer cidadão brasileiro. Não é à toa que o Brasil tem uma das maiores misturas de crenças e credos, onde um católico joga flores no mar para Iemanjá e lê livros espíritas. É característica intrínseca de todos nós. Acreditar em um bem maior, numa força superior. Para aproximadamente oito milhões de pessoas em especial esse bem maior é alvinegro, forte e vingador.

E nunca deixamos uma briga de lado. Nunca entregamos os pontos. Até o ultimo minuto, até o apito final, o Galo luta e acredita na vitória. Não nos entregamos sem lutar. Não aprendemos a nos render. Temos coração, sangue correndo nas veias.

Assim como de quatro em quatro anos o eleitor vai às urnas acreditando que uma reação na nação possa ocorrer. Ele não desiste e nem pode desistir.

Mas como esse time tem tantos torcedores que largam o que estiverem fazendo para pegar um radio e escutar o jogo, onde quer que estejam, seja numa festa, na casa da sogra ou na igreja? Como que um time que não ganha títulos enche tanto o Mineirão? Como que eles gritam tanto para aquele time? Porque eles cantam o hino com tanta veemência? Como que aquele bando de loucos consegue infringir o medo sobre os adversários?

Porque somos atleticanos. Não viramos. Nascemos.

Mas não há nada pelo que torcer nesse time, você pode me indagar. Mude de time, você pode me aconselhar.
Abandonar o Galo significa abdicar o direito de viver. Seria um exílio da pátria.

Eu vivo o Galo. Vivo pelo Galo. Sou brasileiro, atleticano e não desisto nunca.

sábado, 18 de abril de 2009

Adeus ano velho...

Hoje, uma sensação que sempre me acompanhou durante minha parca existência voltou a se manifestar: a nostalgia.

Tive essa sensação durante essa semana inteira porque a VH1 passou uma série de clipes de bandas que só tiveram um sucesso em suas carreiras (as famosas "one hit wonders"). A nostalgia bateu porque quase todas essas bandas vinham dos anos 90. Sabe-se lá porque, eu acabei me "transportando" de volta àquela época e, sabe-se lá porque de novo, bateu um pouco de saudade.

Queria enumerar alguns dos muitos acontecimentos dessa década. Lembro até hoje como fiquei sabendo da morte de Kurt Cobain. Antigamente, o "casal jornalismo" era Eliakin Araújo e Leila Cordeiro (alguém sabe o que aconteceu com eles?) e eles apresentavam o Jornal do SBT no fim de noite. A manchete era algo como: "polícia encontra guitarrista da maior banda de rock da atualidade morto em sua casa." Na hora eu pensei que fosse o Slash, porque na época a grande banda de rock era o Guns N' Roses, não o Nirvana né? O impeachment do Collor, que fui pra Esplanada dos Ministérios aqui em Brasília junto com minha mãe e meus irmãos. Governo FHC, a Reunificação da Alemanha, a queda da União Soviética, com meu pai escutando rádio para entender o que estava acontecendo. Palavras como "internet", "globalização", "neoliberalismo" passaram a fazer parte de nosso vocabulário. Entre um milhão de outras coisas.

Hoje já tenho 28 anos. Tem um bom tempo já que eu simplesmente olho pra frente, tento não me prender a coisas que aconteceram no dia de ontem, quanto mais quando era garoto. Mas, ao ver aqueles clipes, aquelas imagens tão características da época, me trouxe de volta um pouco do "Senhor Simples Capital" daqueles anos 90.

Para mim, a década não começou em 1990, mas em 1992. Marco esse ano porque foi nele que eu me interessei por música de verdade. Passava horas gravando arcaicas fitas cassetes no meu microsystem com sistema surrond. Tenho claramente gravada na minha mente a hora que eu escutei pela primeira vez as minhas bandas favoritas. No escuro do meu quarto, pus a fita do Guns, Appetitte for Destruction, que estava no começo do lado B, então a primeira música não era Welcome to The Jungle, mas My Michelle. Aquela fita arrebentou de tanto que eu escutei, até que um dia eu encontrei outra fita que começava com a introdução de flautas simuladas num teclado Mellotron que Paul McCartney fez para Strawberry Fields Forever, dos Beatles. Era o "Albúm Azul."Até hoje, eu juro, ATÉ HOJE, eu me arrepio quando escuto essa música. Parece que aquele impacto que tive aos 12 anos não acabou, e por milésimos de segundo volto a ter 12 anos novamente.

Eu não saía a noite nos fins de semana, que eram reservados para assistir o sensacional seriado "Anos Incríveis", que passava na Cultura às sextas-feiras. As novelas eram Quatro por Quatro, Perigosas Peruas, Olho por Olho. A gente comprava algumas das trilhas dessas novelas para tocar nas "festas americanas" que aconteciam sempre. Ainda se dançava "música lenta" com as meninas, e tinha toda uma inocência/timidez na hora de chamar a menina que hoje, COM A MAIS ABSOLUTA CERTEZA, não existe mais. Muitas vezes nessa hora a gente percebia que as meninas queriam somente dançar, e nada mais. E nessas vezes a gente queria algo mais. É, a gente não era tão legal quanto imaginava.

Depois que a "música lenta" perdeu a graça, ir paras boates era o que havia de melhor. Mas aguentar aquele bate-estaca de Snap, C&C Music Factory e Techotronic na cabeça só era possível com algum "aditivo", e ai a gente descobriu também a cerveja, vodca, cuba-libre e a ressaca. Descobre também que ficar bêbado pode te deixar feliz, alegre e sociável, mas pode te deixar triste, agressivo e chorão também.

Também descobri que poderia gostar tanto de alguém que queria que essa pessoa ficasse comigo pra sempre. E logo depois descobri que Renato Russo estava certo ao dizer que o "pra sempre sempre acaba". E que essa pessoa tão amada na verdade amava aquele seu amigo mais bonito. E que por mais que você dissesse "eu te amo" com toda certeza disso, essas palavras pra ela seriam simplesmente palavras, e que essas mesmas palavras se tornariam também chateação. E que hoje você é simplesmente uma lembrança muito longinqua na história dessa pessoa. Que a expressão "amigos amigos mulheres à parte" é extremamente verdadeira. E quem você mais confiava sempre dava um jeito de te dar uma rasteira bem dada (confesso para todo o mundo que sempre me achei o mais feio e o mais burro entre meus amigos, e pior, eu estava certo, hehehehe).

Que seu futuro seria brilhante como médico, advogado, engenheiro, mas você queria na verdade era tocar guitarra às 3 da manhã deixando a vizinhança de cabelo em pé. Você queria era mudar o mundo mas se acostumou a ele, e agora é exatamente tudo aquilo que sempre detestou. E tudo isso pra mostrar que, na verdade, você é um rebelde sem causa.

Na verdade, acho o que mais eu sinto falta hoje daquela época não são meus amigos, escolas, festas. Sinto falta de mim mesmo, daquela pessoa que tinha esperança de que as coisas melhorariam mesmo com tudo e todos sendo contra. Sinto falta da pessoa que eu já fui e que não sou mais por diversos motivos.

Tudo isso pra olhar pra trás, sentir saudade, lembrar de todas as pessoas que, por bem ou mal escolheram você para compartilhar suas vidas mesmo te esquecendo dos momentos importantes como casamentos ou nascimento dos filhos, e você não retirar uma vírgula do que aconteceu. Faria tudo de novo. Choraria pelos mesmos motivos e sorriria pelas mesmas bobagens. Conheceria as mesmas pessoas e daria os mesmos abraços e se levantaria das mesmas rasteiras. Viajaria aos mesmos lugares e perdoaria os mesmos erros. Tudo de novo, outra vez.

E tudo isso, para mim, aconteceu nos anos 90...

Paz, até a próxima...

PS: Na foto, a parede do meu quarto nos anos 90... :)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Palavras apenas, palavras pequenas, palavras

Vou fazer um desabafo aqui, hehehehe...

Ontem (5ª Feira) eu tentei escrever e nada saiu. Por isso estou aqui, na madrugada de 6ªFeira, tentando relatar para vocês alguma coisa que não sei por onde começar.

Poderia falar nesse post alguma coisa no estilo "Querido Diário", mas isso tá meio brega nos dias de hoje. Poderia também falar coisas que aconteceram no meu dia, mas meu dia só se resumiu em acordar, trabalhar e voltar para casa. Acordei com uma puta vontade de correr, mas logo qdo eu pisei no chão, lembrei que minha perna está doendo constantemente e que eu deveria marcar outra consulta no ortopedista.

Como vocês podem ver, estou dormindo tarde porque minhas atividades matutinas estão nulas. Antes eu acordava para correr e nem isso estou fazendo mais. Estou pensando em fazer alguma aula, ou mestrado, ou cursinho. Até cogitei por um brevíssimo momento voltar ao direito no CEUB. Ainda bem que foi bem breve mesmo.

Agora faltam 10 minutos para a 1:00am e eu aqui escrevendo no blog. Podia ter falado do banqueiro condenado (que, todos nós sabemos que não vai ser condenado coisa nenhuma), do jogo do Botafogo (que perdeu pro Americano nos penaltis), dos funcionários da Supervia que agrediram os passageiros nos trens do Rio, mas não achei nada muito interessante.

Então, decidi que vou fazer um ESFORÇO pra escrever todo dia. Mas quando eu não estiver afim, não vai rolar. Achei melhor escrever só quando tivesse algo para dizer. E não escrever por obrigação, como esse post, hehehehe.

Paz, até a próxima...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

We'll never walk alone

Ontem, pela Liga dos Campeões, jogaram Chelsea e Liverpool em Stamford Brigde, em Londres. Jogo monumental, 4x4, com a classificação do Chelsea para as semifinais da Liga. Nem parecia o burocrático futebol inglês, e nos fez lembrar que o futebol é feito de gols, portanto, quanto mais melhor. NA ESPN Brasil, no jornal do meio-dia, estavam falando que o jogo foi uma pelada. E eu concordei. Duvido que os boleiros de fim de semana querem jogar uma pelada que seja 0x0. Duvido. Mas o jogo, além do espetáculo, deve ser lembrado por outra coisa. Ele estava marcado para hoje, mas foi jogado ontem. Sabe por que?

No dia 15/04/1989 ocorreu uma das maiores tragédias do futebol mundial. Foi no jogo Liverpool e Notthingam Forest, pela semifinal da Copa da Inglaterra, no estádio Hillsborough, em Sheffield. Devido a superlotação, muitas pessoas que estavam do lado de fora queriam entrar e forçaram o portão do estádio. Várias pessoas que já estavam dentro do estádio foram amassadas no alambrado, causando a morte de 96 pessoas, todas torcedores do Liverpool. Incluindo um primo de Steven Gerrard, camisa 8 do Liverpool dos dias de hoje. Atendendo um pedido do próprio Gerrard, a UEFA remarcou o jogo para que a data fosse lembrada pelos ingleses. Ao som do famoso grito "We'll never walk alone", milhares de torcedores relembraram os mortos dessa tragédia.

Depois desse episódio, o futebol inglês passou por uma profunda reformulação, conhecida como "Relatório Taylor". Pregava que os estádios do país deveriam mudar suas estruturas, como retirar grades e alambrados, a "geral" estaria extinta, todos os torcedores deveriam ficar sentados e a polícia deveria ser treinada para atuar contra os hooligans. Resultado, depois de 20 anos, a Inglaterra tem um dos campeonatos mais rentáveis do mundo e seus estádios são referência para todos os outros.

Enquanto isso, em um certo país tropical abençoado por Deus, as mudanças ainda não chegaram. Estamos ainda em abril e já tivemos inúmeros casos dos hooligans brasileiros. Os estádios ainda são sujos e mal conservados, a reforma custa quase que outro estádio inteiro, a maioria dos times brasileiros dependem dos estádios públicos porque não possuem o seu próprio e, com isso, o torcedor cada vez mais passa a assistir os jogos em casa. Só como exemplo, o Manchester United tem a incrível média de 75mil pagantes POR JOGO, enquanto que o Flamengo, "maior" time do país, levou em média pouco mais de 38mil no brasileiro do ano passado.

Interessante saber que o pessoal da Inglaterra não esquece uma tragédia que aconteceu a 20 anos, mas o pessoal daqui nem se lembra que 7 pessoas morreram em Salvador quando parte da arquibancada cedeu. Nem que teve briga no último Corinthians x Santos. Nem que dois torcedores do Galo morreram num ponto de ônibus em BH quando iam pro jogo. Mais uma vez, coisas de Brasil.

Uma das grandes sacadas do Relatório Taylor foi afirmar que, se você coloca torcedores em um lugar sem as mínimas condições, eles não agiriam de forma civilizada. Por isso, ele focava as mudanças não na prisão de hooligans ou torcedores, mas sim na infra-estrutura do futebol inglês. Ou seja, tratemos os torcedores com "todo o carinho" e eles responderam na mesma moeda, e a recíproca é verdadeira.

A Copa de 2014 está aí. O governo Lula já começou a preparar a gastança e quem vai pagar a conta será o próximo governo. A FIFA ainda não sabe se as cidades-sede do Brasil terão condições de abrigar os jogos. E, enquanto isso, os dirigentes batem cabeça para resolver essa questão com fórmulas mirabolantes, mas poderiam, pelo menos, dar uma lida nesse relatório. Ajudaria bastante.

Paz, até amanhã...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Só uma cervejinha...

Todos devem ter visto a propaganda que a Brahma fez com o Ronaldo. Resumindo muito, o artilheiro aparece driblando obstáculos e no final fala que é um "Brahmeiro", etc e tal. Particularmente, não gostei muito da propaganda.

Hoje, no Blog do Juca Kfouri, está publicado um post de outro blog, o do José Roberto Torero, fazendo uma crítica a Ronaldo e a essa propaganda específica. Eu nunca fui muito fã de cerveja, bebo MUITO de vez em quando (e agora com Roacutan só em setembro), portanto essa propaganda não me afetou nem um pouco. Mas lembremos que a cerveja é a bebida mais consumida no Brasil, e isso faz um pouco de diferença.

Vejamos os fatos. O Brasil é um dos países com mais mais acidentes de trânsito. Todos nós conhecemos uma história de alguém que bebeu, dirigiu, bateu o carro e teve consequências terríveis. Já vi diversas pessoas que bebem e batem em suas esposas, filhos, etc. Fatos que não aconteceriam se não tivessem bebido. E vem Ronaldo e fala para nós que "uma" cervejinha Brahma (Brahma, só Brahma. Kaiser não pode) não faz mal a ninguém.

Outra, todo mundo sabe que Ronaldo não está nas melhores condições físicas. Tem que tomar suco de laranja, comer barrinha de cereal, entre outras coisas, pra voltar 100% de sua forma física. Ou seja, cerveja, PARA ELE, está vetada!!! Como é que ele aparece fazendo comercial se ele não pode beber? Esse negócio de que atleta se preocupa com a saúde é balela? Na boa, ele está longe de ser como era Romário, por exemplo, que saía de noite e falava que, mesmo assim, ia fazer dois gols no jogo seguinte. Na hora que precisasse, ele resolvia. Ronaldo tem que correr muito ainda para chegar a esse nível.

Lembremos a Copa de 2006. Ronaldo fez 3 gols e se tornou o maior artilheiro da história das Copas, mas todos se lembram mesmo é do chapéu que Zidane aplicou no "Fenômeno" nas quartas-de-final. Será que se não tivesse tantos "brahmeiros" naquela seleção, hoje seríamos hexa-campeões do mundo?

Pra mim, a escolha de Ronaldo não foi legal. E a escolha da Brahma também não. Não tem nada a ver colocar um atleta num comercial que prejudica sua forma física. O certo era colocar Zeca Pagodinho, Vinícius de Morais, Tom Jobim, meu colega de trabalho lá da Referência da UnB, e não Ronaldo. Ronaldo tinha que fazer propaganda de chá verde, Cosquarque, entre outros. E não uma coisa que o prejudica e pode prejudicar outras pessoas. Ele tem que ter consciência de que ele influencia sim o comportamento dos brasileiros. Então tem que repensar sim as suas escolhas.

Paz, até amanhã...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O tapete da realeza é verde

Eram exatamente 15:32 de outro domingo de Páscoa que eu passei longe de minha família. Estava na capital mineira até ontem (dia 12/04) e, como não podia deixar de ser, resolvi prestigiar uma bela partida de futebol no melhor estádio do país, o Estádio Governador Magalhães Pinto.

Tudo começa quando você vai comprar ingressos. Nesses tempos de "profissionalismo" do futebol, podemos comprar ingressos via internet. Mas eu nunca confiei na internet a ponto de usar meu cartão de créditoc na compra de um ingresso. Fiz o mesmo no show do Iron Maiden aqui em Brasília. Todo mundo comprou seus ingressos na internet, mas eu fui lá no ponto de venda, desembolsei 130 pratas mas fiquei tranquilo com o ingresso na mão.

Chego a sede do Galo, no bairro de Lourdes em BH, e encontro uma companheira quase que insubstituível dos brasileiros: a fila. Nem era tão grande, mas ela estava lá. Eu, pacientemente, fiquei esperando minha vez e, surpreendemente, ela chegou rapidinho. Não demorei muito, comprei meu ingresso, e fui encontrar minhas tias e primos queridos em algum lugar de Belo Horizonte.

No dia do jogo, peguei um táxi e fui pro estádio. Interessante observar o caminho de Lourdes (um bairro cheio de árvores e lugares bacanas para sair a noite) ao Mineirão (passando, salvo engano, pela Avenida Antônio Carlos, cheia de prédios esperando ser demolidos para a duplicação da avenida). De um lado, você vê máquinas trabalhando, como se o progresso finalmente tivesse chegado naquela região tão carente. De outro, você ainda vê um monte de prédios caindo aos pedaços com alguns comerciantes esperando chegar a hora de ver seu estabelecimento no chão. Coisas das grandes metrópoles brasileiras.

(Peço aos amigos de BH que corrijam este blogueiro se o caminho e as obras estiverem incorretos.)

Chego ao estádio. Ligo pro meu pai e falo "Tô no Mineirão!". Essa frase, de uns tempos pra cá, ficou mais corriqueira, por isso entendo a "falta de empolgação" dele ao ouvi-la. Procuro o portão 14. Ultimamente, não tenho vontade de ficar na arquibancada devido as brigas corriqueiras nos estádios, então, vou de cadeira especial, o triplo do preço. Se contarmos que o preço da cadeira especial no Mineirão é um terço do preço do ingresso de Brasil e Portugal no Bezerrão, em novembro passado, veremos que não é tão ruim assim.

Indo em direção ao portão, escuto o seguinte diálogo:

Moça: - Quero uma cerveja!!
Rapaz: - Mas você nem bebe direito!!
Moça: - É que eu tô com o nariz entupido. Se tomar uma cerveja, relaxo e respiro melhor.

Coisas que só acontecem no futebol brasileiro.

Entro no estádio, ouço a maior do Mineirão cantar o hino do Clube Atlético Mineiro umas 20 vezes. Acho que essa é a música que eu mais cantei na vida. Depois falam que a torcida do Galo é menor e pior que a do rival. Eles tem que aprender muito ainda.

O jogo começa, disputado, mas logo o artilheiro do Brasil Diego Tardelli faz o seu 15º gol no campeonato, se isolando ainda mais na artilharia. Éder Luis marcou o segundo e foi comemorar abraçando o jovem Werley, zagueiro improvisado na lateral e vaiado pela torcida, tornando-se assim vice-artilheiro do campeonato. O Rio Branco deu uma pressão no Galo no segundo tempo, mas nada que assustasse.

Quarta é dia do Guaratinguetá se tornar o 11º adversário seguido batido pelo Galo na temporada. E com certeza não será o último. Rumo a Libertadores 2010!!!

Ah, aproveito o espaço para mandar um beijo pra minha vovózinha, que faria hoje 96 anos de idade. Bença Vó!!!

Paz, até amanhã...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cheios de uma vida tão vazia

Acabo de ler o blog do Rafael Cortez, do CQC. Ele conta que encontrou o Sammy, ex-BBB na farmácia do bairro dele em São Paulo. Sim, fiz a mesma pergunta que você fez: quem é Samy? Ele é esse da foto do lado aí. O Google realmente é fantástico, sejamos francos.

Resumindo, o Rafael disse que encontrou o sujeito e gostou de conversar com ele, porque era uma rapaz que tinha tocado sua vida e não mais se aproveita da fama de "ex-BBB" para viver. Voltou a morar no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas, etc.

Achei legal o que ele disse. Afinal, o que não falta nesse programa são pessoas sem conteúdo nenhum que conheciam um amigo de um amigo na Globo que desejavam aparecer para virarem cantores, atores, capas da Playboy e Sexy, para depois sumir sem deixar rastro. E o mais interessante: todo mundo sabe disso mas mesmo assim todo mundo ainda assiste.

Nunca entendi a graça do BBB. Eu sempre imagino como seria sem graça se colocassem uma câmera na minha casa e me filmassem vendo jogos do Galo, por exemplo. Não acrescentaria EM NADA na vida das pessoas. Nem na minha. Todo mundo fala que tem a questão do dinheiro, afinal, o cara entra com uma mão na frente e outra atrás e pode sair com um milhão. Particularmente eu sempre achei que haviam outras formas de ganhar esse um milhão. Dão tanta importância a esse programa que eu li, certa vez, que cada "paredão" do BBB arrecada mais dinheiro que o Criança Esperança. Talvez isso mostre o real interesse do povo brasileiro. Eliminar alguém do BBB é mais nobre que ajudar as criancinhas. Mas enfim...

Nunca acompanhei esse programa. Confesso que acompanhei o primeiro "Casa dos Artistas", mas só. Depois ficava conhecendo as bonitonas do BBB porque praticamente TODAS posaram na Playboy. Muitas delas nem eram essas coisas, mas como o Photoshop hoje faz milagres, elas todas pareciam fantásticas.

Tentei escrever esse post pra falar que participei do último paredão dessa última edição. Sabe por que? O Kibeloco pediu. Ridículo né? Pois é. Mas achei a idéia dele interessante. Votar naquele que não fosse o favorito. Nessa edição foi a tal da Priscila. Ela não ganhou, mas foi quase, perdeu por 0,24% de diferença. Ela não ganhou R$ 1 milhão, mas vai ser mais uma a posar pra Playboy. Mês que vem ela deve estar nas bancas e deve ganhar perto disso com as fotos.

E no ano que vem, começa tudo de novo.

Estou indo pra BH nessa quinta, só volto na segunda. Então, nos vemos na semana que vem.

Paz, e Feliz Páscoa pra todo mundo (relembrando o distante reveillon de 94/95. Quem viveu se lembra, hehehehe)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

E agora Brasil?

Esses dias li que a Argentina acabou com sua justiça militar. Segundo li, um capitão foi preso e condenado a 3 meses de prisão simplesmente por ser homossexual. Lá, o homossexualismo entre militares era crime, com pena de até dois anos de prisão. Inclusive acho que aqui no Brasil também é. A Argentina passa por uma reforma no seu sistema judiciário e uma das consequências é que os militares serão julgados por tribunais federais e juízes civis. Com isso, o Código de Justiça Militar de 1951 foi extinto. A Argentina é um dos países que mais lutam para punir seus repressores. Nestor Kirchiner levantou essa bandeira em sua campanha para presidente uns anos atrás e sua mulher, Cristina, manteve essa política no governo atual. Vários repressores que atuaram no regime militar argentino estão sendo condenados por violação dos direitos humanos.

Ontem foi a vez de de Alberto Fujimori ser condenado na justiça de seu país, acusado de ser o autor intelectual de uma matança de 15 pessoas em 1991 e pelo sequestro de um jornalista e um empresário no ano seguinte. Aos 70 anos, Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão. Após vencer a guerrilha e o caos econômico peruanos, foi um presidente popular até que denúncias de corrupção o levaram ao exílio no Japão. Fujimori governou o Peru de 1990 a 2000, no início de seu terceiro mandato.

Estamos em 2009 e até agora nossos militares estão por aí gozando de impunidade. Falam da revolução (tosse) de 1964, que mudaram o país, mas tremem de medo quando falam em abrir os arquivos do regime. Um tempo atrás o Ministro da Justiça Tarso Genro falou que tortura não deveria ser crime político e sim hediondo, e foi o suficiente pros militares (principalmente os da reserva) repudiarem a iniciativa. E a pergunta que não quer calar: Por que? Qual é o medo?

O clichê manda dizer que quem não deve não teme. Os arquivos ainda não estão disponíveis. Os que já foram abertos não dizem muita coisa. Vez por outra rola alguma reportagem falando que foram encontrados documentos queimados em algum quartel. Enquanto nossos vizinhos começam a punir seus repressores, nós simplesmente ignoramos essa parte de nossa história. O que é grave, afinal, eles podem voltar e fazer tudo de novo, "em nome da democracia".

Acho que há um pouco de esperança ainda. Parece que apenas três estados do país (SP, MG e RS) ainda possuem justiça estadual militar, e o RS está propondo extinguir a sua. Ainda há tempo de consertar o que aconteceu de errado naqueles anos. Tomara que não demore tanto, já que o próprio Tarso Genro disse que não é bem assim que as coisas funcionam. Mais uma vez, nos resta esperar, sabe-se lá até quando.

Paz, até amanhã...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Jornalismo ou julgamento?

Pesquisa que eu fiz comprova: a revista Veja tem propaganda demais. Nao que isso seja algo deplorável, afinal, é uma prática comum em qualquer publicação no mundo. Mas me espanta o fato da quantidade de propaganda que a revista exibe.

Como sempre falo, estou inventando de entrar em diversos blogs de assuntos que me interessam. Inclusive, se alguém tiver algum pra indicar eu fico grato. E nessa segunda-feira, o Luis Nassif, em seu blog fez uma pergunta pertinente: como fica Veja depois de publicar a capa que ilustra esse post e saber que Robinho foi inocentado do processo?

Esse caso lembra alguns outros fatos que aconteceram da mesma maneira. A "mídia", vamos assim dizer, adora fazer o chamado sensacionalismo e esquece que pode acabar com uma carreira ou a vida das pessoas. Uma vez, uma escola de São Paulo foi acusada de assédio sexual com as crianças. Eram todas menores de 10 anos, a escola era de maternal, eu acho. A cobertura da mídia foi tanta que, depois de ter saído no Jornal Nacional, a escola foi depredada no dia seguinte pelos populares furiosos. Meses depois, a escola foi inocentada. Mas nunca mais abriu.

Isso não é problema só do Brasil. Vi um filme certa vez com o James Wood que falava exatamente disso. Uma família foi acusada de assédio na escola que cuidava, foram inocentados, porém até isso acontecer a mãe e o filho ficaram anos presos. E mesmo depois de inocentados, continuaram a serem taxadas de culpados pelas pessoas. Assistam esse filme, é bem interessante.

Agora, depois de Veja fazer o que fez com Robinho, é entender qual era a intenção. Agora ele perdeu toda a credibilidade perante a sociedade brasileira. Não que ele seja santo, muito longe disso. Mas é fato que, depois que essa capa foi circulada, ele ficou com sua imagem extremamente abalada. E ai? Como se resolve? Tem coisas que nem processo nem dinheiro resolvem.

E qual o interesse disso? Vender mais revista somente? Não acredito. Deve ter alguma outra coisa por trás disso tudo que a gente não sabe. Se você souber, me conta.

Paz, até amanhã...

domingo, 5 de abril de 2009

Só enquanto eu respirar...

Já devo ter dito que num passado meio recente, eu trabalhei de fotógrafo free-lancer para conseguir pagar o leite das crianças. Muitas coberturas eram eventos bacanas, outros eram eventos terríveis. Mas uma vez me mandaram cobrir o show do Móveis Coloniais de Acaju no Centro Comunitário. Era o projeto "Móveis convida", e convidaram várias bandas, e uma delas era o Teatro Mágico, a trupe de Fernando Anitelli.

No dia, quando começou o show, vi todo o grupo tocando fantasiado e logo achei meio ruim, porque minha já conhecida birra com o teatro logo apareceu. Mas o som e o show foram tão geniais que tive que tirar o chapéu e eles se tornaram uma das minhas bandas favoritas.

Ontem na UnB eles tocaram de novo na Calorada 2009. Junto com o Pedra Leticia. O show do Pedra Leticia foi simplesmente sensacional. Tocaram diversos "sucessos" como "eu nao toco raul", "creuza", "como nossos pais nos aguentam", "em plena lua de mel", entre outros. O ponto alto pra mim foi quando o vocalista da banda pediu atenção e recitou: "Como diria o poeta, A de amor, B de baixinho,..." O bom humor da banda é realmente contagiante, pois além de boa postura de palco, eles tem várias canções legais. Pra mim, já tinha valido a pena por esse show.

Depois veio o Teatro Magico, que pra mim, como já disse, é uma das melhores descobertas dos ultimos tempos. A trupe estava afiada, e contou com a participação de Gog, um rapper que eu acho ser de Brasília. Vale destacar a música dele chamada "Brasil com p". Procurem no google, achei a letra simplesmente genial. Vale destacar também que Anitelli falou que está criando junto com o pessoal de outras bandas e do software livre (\o/) um fórum chamado MPB ("músicas para baixar"). Uma boa idéia nesses tempos de crise que a indústria fonográfica está vivendo.

Vale destacar a música que dá título a esse post. Pra mim, já entrou no rol das mais belas canções de todos os tempos. Procurem, tenho certeza que vocês vão gostar.

Paz, até amanhã...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

FORA!!!

Acabo de ler no blog do Noblat que o maior adversário do Distrito Federal está querendo voltar. Sim, ele mesmo, Joaquim Roriz, aquele que fala "catatatatatatata (respiração) catástrofe". Ele mesmo, que superpovoou o DF com seus "assentamentos" onde proliferam assaltos, doenças e analfabetismo. Ele mesmo, que fez a violência estourar de vez. Ele mesmo, que ordenou que a PM "abafasse" a manifestação de trabalhadores da NOVACAP em 1999, culminando em vários feridos, um morto e um cego. Ele mesmo, que renunciou ao cargo de senador 2 meses depois da posse quando estourou o caso do BRB. Infelizmente, ninguém se lembra dessas coisas.

No melhor estilo "pai dos pobres", nosso ex-governador fez um comício em uma das cidades que criou e, no melhor estilo "Odorico Paraguassu", distribui sorvetes e santinhos, além de ter trio elétrico e recolhimento dos endereços dos eleitores. Ou seja, crime eleitoral antes mesmo do período de eleições começar.

Esse post será o primeiro de muitos que lutarão para que o pior governador de todos os tempos do Distrito Federal fique de vez em sua fazenda em Luziânia vendendo leite azedo e outros produtos de qualidade no mínimo discutível. Que ele deixe os eleitores de Brasília livres de seus discursos. Que ele deixe Brasília livre daqueles que se aproveitam da ignorância dos humildes para se enriquecer cada vez mais, que lutam simplesmente pelo poder e nada mais.

Num final de semana que vai ter show do MCA e do Teatro Mágico na UnB, poderia ter falado dessas duas bandas geniais. Mas cada vez mais deixo de lado a idéia de escrever nesse blog textos com temas, digamos, leves. Tá difícil!

Portanto, FORA!!!!

Bom final de semana pra vocês.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Viva a liberdade!!!

Nosso país adora imitar os americanos. Quando estive lá, deu pra perceber porque eles são, talvez, o maior império da humanidade. Passei quase 2 meses naquele país e percebi inúmeras qualidades, mas também muitos defeitos, e na maioria das vezes a gente só pega o "lixo ocidental", parafraseando Milton Nascimento.

A idéia desse post não é babar o ovo estadunidense, mas aplaudir uma atitude valorosa que podia ser "imitada" por essas bandas também. Segundo li no Blog do Luis Nassif, o estado do Texas vai restringir o uso do Windows Vista, essa "maravilha" tecnológica feita pela empresa de Bill Gates. Segundo um jornal de San Antonio, 44 agências estaduais daquele estado reclamam que o Vista "tem muitos erros, consome memória, não é compatível com outros equipamentos e deveria ser mas não é uma atualização do XP".

Por que estou falando desse assunto? Simples, o tema da minha monografia falava de software livre. Usado em bibliotecas, claro, pra não fugir do curso. Quando eu preparava a monografia fiquei sabendo que o governo brasileiro tinha um programa que implementava softwares livres nas repartições públicas federais. Eu fazia estágio na Câmara dos Deputados e lá pude utilizar o Open Office, a versão "livre" do Word, da Microsoft.

Durante a pesquisa, descobri vários outros softwares que substituiam a versão paga. Linux, Mozilla, o próprio Open Office, diversos plugins de audio, todos os programas possuem sua versão paga e sua versão livre. O mais interessante é que, se você estiver usando seu programa livre e achar que ele pode ser modificado, você mesmo pode modificar ou pedir ao fabricante para melhorar sua versão. Ao contrário da versão paga, que você tem que esperar pela atualização quando o fabricante quiser lançar e ela pode vir cheia de coisas inúteis.

Além dessa liberdade, você ainda pode economizar na compra de softwares livres. Por exemplo, você sabia que, para cada máquina que você tiver em casa, você precisa de uma cópia/licença diferente do Windows? Pois é, com o software livre, você pode usar a mesma cópia em várias máquinas. Vocês poderão ver no link acima que a economia do Governo Federal na aquisição de licenças foi a bagatela de 370 milhões de reais. Dá pra construir umas pontes e umas casinhas por ai com esse dinheiro.

Se quiser saber mais sobre esse assunto, entre no Portal do Software Livre do Governo Federal. Lá tem várias informações. Vamos usar software livre ao invés do pirata!!!

Até amanhã.

PS: Ah, eu não vi o jogo do Brasil não. Pra dizer a verdade eu vi os últimos 15 minutos. E pra variar, percebi que não tinha perdido muita coisa.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Nem em Chicago!

Acabo de ler no site do Globo Esporte. Os moradores de Chicago, nos EUA, não querem que DINHEIRO PÚBLICO seja gasto na candidatura da cidade para os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo os moradores, o dinheiro que seria gasto para preparar a cidade para as Olímpiadas deveria ser usada na melhora de hospitais, moradias, escolas e transporte. Chicago tem previsão de gasto em torno de US$ 4,7 bilhões, Madri pretende desembolsar US$ 6,1 bilhões, contra US$ 6,3 bilhões de Tóquio e US$ 14,4 bilhões do Rio de Janeiro. OLHA A DIFERENÇA!!!!

Não conheço a realidade de Chicago, mas suponho que é uma realidade melhor que a do Rio de Janeiro, outra cidade candidata. Nem vou acrescentar que as outras cidades candidatas são Madri e Tóquio, teoricamente, cidades que também possuem melhor qualidade de vida que o Rio de Janeiro.

Não preciso dizer que o Rio vive hoje numa situação beirando a calamidade. Tempos atrás passei uns 3 dias lá de férias e pude observar que o número de moradores de rua é gigantesco, policial só existe em cartão postal, o sistema de ônibus não é lá essas coisas e o metrô, quando chega na hora do rush, fica quase intransitável. Ou seja, essa situação não é novidade pra ninguém que mora lá. Então é preciso haver Jogos Olímpicos para que a situação seja mudada?

E olha a diferença. Chicago gastará um terço que se está planejando gastar no Rio. Madrid e Tóquio um pouco menos da metade. Sem contar que esses países/cidades tem grande tradição na prática esportiva e não teriam que construir grandes arenas, teriam que se adequar as regras do COI (Comitê Olímpico Internacional).

É impressionante que o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) afirmar que uma das grandes vantagens do Rio perante as outras cidades é o "legado deixando pelos Jogos Panamericanos". Que legado? O Maria Lenk que não foi usado pra NADA depois do PAN? O Engenhão, que foi praticamente doado ao Botafogo e, tirando jogos de futebol, não teve NENHUMA competiçao esportiva? A Arena Multi-uso, que pra realizar dois jogo de basquete tem que desembolsar a bagatela de R$150mil?!?!?! Duvidam desses números? Entrem no site da ESPN e vejam a série de reportagens "Brasil Olímpico: uma candidatura passada a limpo".

Mas o mais impressionante é que, numa cidade onde falta quase tudo, o povo não reclama em gastar Us$14 bilhões de dólares em Olímpiadas, teoricamente algo menos importante que hospital, escola, etc. Já numa que está bem melhor, reclamam e fazem campanha contra da mesmíssima coisa, só que com um terço do orçamento.

O COB deve estar rindo a toa. Afinal, é mais uma força "a favor" da candidatura do Rio. E, teoricamente, as vozes contra estão caladas, então, lá vamos nós esperar o desfecho dessa história de mãos atadas.