domingo, 31 de maio de 2009

O velhinho sempre vem...

Em fevereiro desse ano, o bom velhinho Oscar Niemeyer apresentou um projeto que causou muita polêmica aqui no DF. Batizado de “Praça da Soberania”, esse projeto defendia a construção de uma praça no meio da Esplanada dos Ministérios, entre a Rodoviária e o Congresso. O projeto consistia na construção de um prédio onde ficaria o Memorial dos Presidentes do Brasil, além de um obelisco (??!?!?!?!) de 100m de altura. A maquete do projeto está na foto ao lado.

Segundo Niemeyer, “Toda capital tem que ter uma praça aonde o povo chega e se espanta. (…) Será um grande monumento em triângulo para mostrar o progresso de nosso país. É para causar perplexidade em quem vê”. A ideia então é só fazer o visitante se espantar? Niemeyer merece toda consideração do povo de Brasília. Afinal, projetou diversos prédios da capital do país, os palácios, monumento, e o escambau. Mas seus últimos projetos foram horrorosos, e só foram construídos porque foram projetados por ele. Se fossem projetados por qualquer outro arquiteto, seriam sumariamente negados “por absurdo”, ao contrário dos dele, que estão “em debate”.

Pesquisando no Google, achei o site que Niemeyer fez a declaração acima. Esse mesmo site mostra os motivos que fizeram o bom velhinho apresentar tal projeto. São eles: a necessidade de estacionamento para veículos na região; um pedido do atual Presidente da República por um Memorial dos Presidentes; um pedido do governador do DF por um Monumento ao Cinquentenário de Brasília e a necessidade de um espaço de convívio na Esplanada.

Analisemos os fatos. A Esplanada precisa de vagas? Sem dúvida. Mas não seria mais lógico gastar dinheiro arrumando o transporte público do que construindo mais vagas? Por que não pegar esse dinheiro e usar para comprar mais ônibus e/ou mais trens para o metrô? Afinal, quanto mais vagas disponíveis, mais carros, e mais carros, mais engarrafamentos e mais poluição. Antigamente, para mostrar “progresso”, as cidades foram abarrotadas de concreto. A Esplanada ainda possui um grande gramado que vai (coincidência ou não) da Rodoviária a Praça dos 3 Poderes. E querem ainda tirar o pouco do verde que ainda resta?

Niemeyer parou nos anos 50. Por que acho isso? Basta ver o “Complexo da República”. A area que abriga o Museu da República e a Biblioteca “Nacional*” confirma exatamente aquilo que disse. Ali, não tem NENHUMA árvore e NENHUMA sombra. A Biblioteca “Nacional*” foi feita de uma maneira que o Sol incide sobre os livros quase que o dia todo. Foram gastos mais um montão de dinheiro para “consertar” a obra de Niemeyer, que projetou uma biblioteca sem consultar NENHUM bibliotecário. E quem vai ali percebe o tanto que o local é quente, por causa do concreto usado na construção do Complexo.

Será também que não existe nenhum outro espaço para abrigar o tal Memorial dos Presidentes e o tal Memorial de Brasília? Existem outros espaços, como no Eixo Monumental, por exemplo. Ou então, aproveita que a especulação imobiliária em Brasília está absurda e constrói um prédio para eles e cobra o olho da cara. Aí se ganha dinheiro duas vezes. E Brasília não merece um obelisco de 100m para lembrar de seus 50 anos.

E o tal espaço de convívio já existe e se chama Praça dos 3 Poderes. Só quem não mora em Brasília para achar que a cidade precisa desse espaço de convívio naquela região. Se querem gastar dinheiro em um praça, gaste lá, colocando banheiros e/ou outras coisas que seriam necessárias para atrair ainda mais pessoas para aquele lugar. Ou existe alguém aqui do DF que nunca foi para lá tomar vinho e/ou tocar violão, por exemplo?

Essa semana Niemeyer mostrou uma nova versão do projeto. Mudou o prédio de lugar e o obelisco foi reduzido a 50m. Mas a pergunta que fica é: mudou alguma coisa? Continua sendo um projeto horroroso.

Niemeyer acha que é dono de Brasília e que tudo ele propor será aceito sem questionamentos. Por isso, sugiro a ele vir morar na cidade para ele ver as reais necessidades daqui. Mas acho que ele não virá, já que deve ser muito difícil deixar sua vida de comunista ateu na cobertura de frente pro mar que ele mora em Copacabana.

Para terminar, sugiro a leitura de um texto no blog do professor Marcelo Hermes sobre assunto.

Paz, até a próxima...

*Só uma brincadeira Biblioteca “Nacional”. Coisa de bibliotecário...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Barça!!! Barça!!! Barça!!!

Ser trabalhador honesto tem suas desvantagens. Uma delas é que você tem que trabalhar enquanto jogos como Barcelona x Manchester são transmitidos em algum canal de televisão. Aí temos que apelar para o velho radinho, e escutar os jogos com narradores beirando ao infarto para passar a emoção das partidas. Aproveito e faço um apelo para os possíveis narradores que visitam esse blog para que passem a narrar os jogos com o MÍNIMO de emoção.

Continuando, liguei meu radinho na rádio Eldorado e percebi que essa final da Copa dos Campeões seriam diferenciada. Esses dois times hoje são, disparado, os melhores do mundo. Há muito não havia um embate entre jogadores do quilate de Cristiano Ronaldo e Messi. E mais, é impressionante a qualidade técnica do jogo. Não da para comparar, os melhores estão na Europa, e por mais que tentemos, estaremos sempre um passo atrás deles.

Voltando ao jogo, o Manchester começou tentando impor a sua já conhecido eficiência desde o início. Mas como o futebol é disparado o mais ingrato dos esportes, no primeiro lance de perigo, Eto'o fez 1x0. Ai o Manchester sentiu, e o Barça passou a tocar a bola e impor seu jogo como fez durante todo campeonato. Alex Ferguson, com mais de 20 anos de Manchester, se viu envolvido pelo novato Guardiola, que viu Xavi fazer um cruzamento perfeito para o baixinho Messi marcar de cabeça e fechar o placar em 2x0. Cristiano Ronaldo não conseguia sair da marcação de Puyol e por vários momentos "apelou" com o zagueiro espanhol. De novo, o arrogante atacante português teve que aguentar os rivais comemorarem a vitória.

Pra mim, esse jogo mostrou basicamente uma coisa: ainda há esperança. O futebol-arte, o futebol bonito, bem jogado, pode sim ser utilizado e vitorioso ao mesmo tempo. Principalmente após a Copa de 82, com a vitória da burocracia italiana e com a derrota da arte brasileira, passamos a achar que futebol-arte não ganhava jogo. O Barça mostrou, em pleno Século XVI que isso é possível. Tomara que vire moda. Parabéns a Catalunha e a cidade de Barcelona, novamente o centro do futebol mundial.

Paz, até a próxima...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Resultado da última enquete

Com 62% dos votos, deu Barcelona!

Amanhã tentarei colocar comentários do jogo logo após o término. Complicado colocar comentários escutando os jogos no rádio, mas vamos lá.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pois não há...

Lugar melhor que BH, Ouro Preto, Brasília, Goiás, Minas...

Acabo de chegar de uma temporada de dois dias em Ouro Preto. Fui lá conhecer as igrejas, a cultura mineira, subir morros e saborear os mais diversos doces locais. Além de constatar que lá faz frio pra cachorro.

Tudo isso para dizer que estive fora no fim de semana. Não vi a corrida (nem o enésimo choro do Rubinho, cativo em 2º lugar), nem vi os gols da rodada. Mas vi que o Galo foi a Recife e mostrou que ainda impõe respeito. Em 3 rodadas, 7 pontos conquistados. Já dá para sonhar com uma vaga na Libertadores.

Várias notícias chamaram a atenção deste blogueiro que vos escreve durante esse tempo. Como sempre, fim de semana tem a ver com o chamado "esporte bretão", então na 2ª feira chovem notícias futebolísticas. A que mais me chamou a atenção hoje (além do sapeca do Maior de Minas no Sport) encontrei no blog Primeira Mão, do grande jornalista André Rizek. O ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, conhecido nacionalmente pela "Máfia do Apito", corre o risco de prescrição. Tudo porque o desembargador do processo "enxergou" um conflito na situação de um dos réus do processo. Segundo o Ministério Público, isso não tem NENHUMA relação com a situação de Edilson. Mas, por causa disso, o processo foi suspenso em 2007. Impressionante.

Outra notícia que chamou a atenção foi a "volta" à cena política de Joaquim Roriz, aquele que, com suas políticas sem nenhum critério, destruiu boa parte do Distrito Federal. O Congresso do PMDB (aquele partido que muda de lado sempre que convém) ele apareceu cheio de correligionários, gritando "é governador". Ele, como tem muito dinheiro, deve ter "ajudado" essas pessoas como ajuda aquela galera que vai pra Rodoviária balançar as bandeiras azuis de seu partido. Espero mesmo que não tenha que assistir esse sujeito de novo como governador do DF. Pelo menos, ajuda de Michel Temer o Roriz não vai ter.

Mudando um pouco de ares, li no Whiplash que estão tentando reabrir a única fábrica de LP's da América Latina. Confesso que eu não entendo o porque de reabrir um lugar cujo produto está ao menos 20 anos defasado, apesar de todos os amantes do vinil que ainda existem.

É isso, boa semana a todos.

Paz, até a próxima...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Novos textos

Caro visitante, um amigo sugeriu que eu postasse textos de outros amigos neste blog. Eu abriria o espaço para alguém postar um texto. O que acha? Alguém mandaria seus textos para eu colocar aqui no blog? Deixe sua opinião na enquete ao lado.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Grande Mindlin!!!

Como eu sou um completo vagabundo qualificado durante a manhã (se tudo der certo, espero não ser mais um dia), me dou ao luxo de fazer certas coisas que pessoas normais (entendam como trabalhadores/estudantes) não fazem, como abrir a porta e ler o jornal ou ligar a tv e ficar vendo a programação matutina dos canais. De vez em quando passam alguns clipes legais, algumas notícias legais, mas no geral pouquíssima coisa interessante.

Menos hoje!!! Como disse, quem não é vagabundo como eu não pôde ver a reportagem do Bom Dia Brasil sobre a Coleção Brasiliana. O que? Você não sabe o que é isso? Então clique aqui e seja feliz.

O mais impressionante é a evolução das coisas. Nós bibliotecários somos bombardeados contantemente pelas mesmas coisas/conceitos, e um deles é o tal conceito das "novas tecnologias". Particularmente, o volume de informação disseminado hoje é infinitamente maior que há 30 anos atrás. Mas esse conceito é extremamente vago. Passei 6 anos na faculdade (entre greves, "MI's", etc) e em TODAS as disciplinas aparecia essa expressão. Tirando uma ou outra situação, eu nunca consegui perceber a real utilidade disso na área. Até ver essa reportagem. Finalmente pude entender ao menos um pouco o que uma pancada de professor picareta tentou me explicar e não entendi (ou não consegui entender).

Vejam o vídeo. Eu achei simplesmente genial o robozinho. É bem capaz dele não ser assim tão "novidade" quanto eu estou achando que é. Mas quem teve essa ideia foi simplesmente brilhante. Talvez quem inventou não tinha a intenção de ajudar a biblioteconomia em si, mas no futuro tenho absoluta certeza que esse robô aí vai ser tão essencial quanto o computador é hoje na minha profissão (e em todas as outras né?).

Façamos então uma justa homenagem ao grande José Mindlin, o velhinho da foto com sua IMENSA coleção de livros. Esse rapaz aí guardou preciosidades incaculáveis. Poucos tinham acesso a esse acervo, agora, com esse projeto, todo mundo terá. Quando estiver disponível algum exemplar, com certeza vou dar uma olhada. Esse sujeito merece um busto na Biblioteca Nacional.

Paz, até a próxima...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Se fosse no Brasil...

Notícia vinculada ao grande portal "Bizarro", da Globo.com.

Um livro foi devolvido com 145 anos de atraso à biblioteca de uma faculdade no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. A obra tinha sido retirada emprestada por um soldado em 1864, mas só foi devolvida em fevereiro por um descendente, segundo o jornal "Roanoke Times".

Conforme o jornal, a biblioteca não cobrou a multa de US$ 52.858 pelos 52.858 dias de atraso. A obra devolvida foi um volume da "História da Guerra na Península e no Sul da França", que foi escrita por William Francis Napier e relata acontecimentos militares.

Segundo Laura Turner, diretora da Biblioteca Leyburn, C.S. Gates pegou o livro em 11 de junho de 1864 pensando que ele pertencia ao Instituto Militar da Virgínia, que era ao lado da antiga Universidade de Washington. A biblioteca acabou depois queimada.

Na família Gates, o livro foi herdado pelo casal Myron e Isabel Gates. Mike Dau, técnico de handebol e assistente técnico de futebol na faculdade de Lake Forest, ficou posteriormente com a obra. Então, o treinador decidiu devolvê-la ao seu legítimo proprietário.

sábado, 16 de maio de 2009

Põe na conta do Wright!!!

O dia foi intenso...

Acordo, chego ao Laboratório Exame, pego uma fila gigantesca para tirar alguns micro litros de sangue do meu corpo para serem analisados. Chego as nove e sou atendido as nove e quarenta, mais ou menos. Com isso, me atraso para o mutirão da chácara do Tio Jeré.

Volto para casa, tomo quase um litro de vitamina de abacate mais pão com requeijão para aguentar o tranco do trabalho no campo. Chego a chácara, em companhia de meus amigos e começo a batalha. Faço os serviços "rurais" com afinco e dedicação. Lá pelas cinco horas, a chácara estava praticamente pronta para a festa desse ano, faltando alguns detalhes.

Volto pra casa, caio de cama por causa de uma gripe. Tomo banho, tomo remédio, e não consigo melhorar lhufas. Ligo a TV e lembro que está passando jogo do Galo. E lógico, jogo do Galo é que nem missa, é pecado não assistir.

Jogo disputado, vejo o Galo jogando bem como não jogava a três jogos atrás (como se fosse difícil jogar bem depois das goleadas para as Marias). O "professor" Roth entende de tática e jogo feio, como todo treinador gaúcho. HG certa vez disse que os gaúchos preferem um quarto-zagueiro ("o número dez a gente vê depois", já diria o grande engenheiro). Apesar de ser um dos estadosmais vitoriosos no futebol, o futebol gaúcho nunca me agradou.

Mas enfim, como já estou de saco cheio de jogar bonito e perder, vamos tentar jogar feio e ganhar, que foi o que aconteceu hoje. O jogo foi tão feio que até Thiago Feltri fez gol. Fazia dois anos PELO MENOS que ele não marca gols (atleticanos, corrijam se eu estiver errado). Herrera empatou numa falha das mais clássicas da zaga atleticana, mostrando que o técnico do Grêmio gosta de assistir DVD's dos adversários, ao contrário do Leão.

Aos quarenta e oito, o zagueiro gremista põe o braço na bola dentro da área e o juiz marca pênalti. Só os comentaristas do SPORTV que não viram. A imagem mostra claramente que a bola bate no braço do zagueiro e o juiz corretamente assinala a penalidade máxima, que Diego Tardelli cobrou e converteu. Não podemos esquecer que houve o mesmo lance minutos antes na área do Galo, mas nisso a gente imita a Veja: escreve só o que nos interessa. No fim, o meia Souza soltou os cachorros em cima do juiz. Deu para ver que ele é daqueles juízes caseiros, tipo Márcio Rezende de Freitas, a maior Maria que já apitou nos gramados brasileiros (devia ter um busto dele dentro da Toca da Raposa).

Acabo de escrever essas linhas "ouvindo" e dando uma espiada em vídeos do Wilson Simonal no Youtube, para justificar os vinte reais de ingresso que pagarei amanhã para ver o filme sobre a vida dele. Na boa, grata surpresa, o rapaz mandava bem para cachorro.

Paz, até a próxima...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Se você não sabe...

O mundo dá voltas que ninguém entende....

Segue textículo do blog do Noblat.

Em 1949, a maioria dos intelectuais acreditava que o comunismo salvaria a China.

Em 1969, esses mesmos intelectuais acreditavam que a China (com sua Revolução Cultural) salvaria o comunismo (o que, após Stalin e a Primavera de Praga, finalmente começou a ser desacreditado).

Em 1979, o primeiro-ministro Deng Xiao Ping percebeu que somente o capitalismo salvaria a China.

Em 2009, o mundo inteiro acredita que somente a China pode salvar o capitalismo!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Defendeu o goleiro!!!!

Vocês já devem ter percebido que eu adoro futebol. Mais certo ainda que o futebol não gosta muito de mim, principalmente aquele time lá de Minas Gerais. De uns anos pra cá, tenho me especializado em analisar como é a comemoração dos outros times. Pois é, mas sempre tenho fé que as coisas mudarão para melhor.

Ontem a Libertadores viu um belo jogo. Palmeiras x Sport. Eu não assisti porque estava numa audição na BSB Musical. Depois da audição ainda teve um pouco de comemorações pelo feito alcançado, vi apenas a disputa de penaltis. E mais uma vez, aquela máxima que diz que "um grande time começa com um grande goleiro" nunca foi tão verdadeira.


Meus maiores ídolos no futebol sempre foram os goleiros. Talvez porque a gente ache que, se temos um goleiro excelente lá atrás, pelo menos perder não perderemos. Meu ídolo maior no futebol se chama Cláudio André Taffarel, goleiro que começou no Internacional e passou pelo Galo durante 3 anos, colecionando defesas impossíveis e frangos homéricos. Nada tira da minha cabeça a Olimpíada de Seul, onde Brasil x Alemanha foram para os penaltis e o grande Taffarel defendeu 3 cobranças.

Curiosamente, não me lembro, por exemplo, do atacante do time do Galo de 1992. Acho que era Aílton. Mas o goleiro era o depois secretário de esportes de Belo Horizonte, João Leite. De 1993, era Luis Henrique, que tomou 4 frangaços do América. De 1994, era Humberto, que tomou um golaço do Marcelinho Carioca na semifinal do Brasileiro, com 94 mil pessoas no Mineirão. Depois, de 1995 a 1998, Taffarel, o maior de todos. Veio 1999, com Velloso até 2002, 2002 com Eduardo, 2003 a 2004 Danrlei, até ele começar a tomar uns frangos e ser substituído pelo Bruno, que foi pro Flamengo, dando chance a Diego. E aí a saga dos goleiros do Galo indo de mal a pior, como podem ver os últimos resultados. Não gosto nem de falar o nomes deles, pra não dar mais azar que já vem tendo.

Voltando, ontem tivemos uma noite quase inesquecível para os fãs de Marcos. Goleiro de seleção, Marcos classificou o Palmeiras dois anos seguidos na Libertadores da América, ambas contra o Corinthians. Foi campeão da Libertadores em 1999, campeão do Mundo com a Seleção em 2002 e andava meio sumido, sempre metido em contusões e melhorando a forma física.

Acredito que a felicidade mostrada pela imprensa esportiva hoje não se limita somente a classificação do Palmeiras. Acredito eu que todos estavam torcendo para que Marcos ressurgisse no futebol. Juca Kfouri até escreveu em seu blog que o reserva de Júlio César na seleção da CBF deveria ser Marcos e não Doni. Particularmente, acho a disputa desleal, até porque Marcos é muito melhor goleiro que Doni. Mas há um certo exagero, afinal, por mais experiente que Marcos seja, precisa defender muito ainda para voltar à Seleção.

Fico um pouco triste pois queria que o Sport avançasse mais na Copa Libertadores. Infelizmente, não deu dessa vez. Tomara que o futebol do Nordeste volte a dar as caras no país. Acho muito mais legal ver um jogo como Bahia x Sport do que um jogo como Barueri x Santo André.

Paz, até a próxima...

sábado, 9 de maio de 2009

Toda mulher se faz de doida...

Imagina você num sábado a noite, sem NADA para fazer, fica no PC uns minutos, enche o saco, lê umas coisas que tem que ler, volta pro PC, cansa de novo, liga a TV, fica "zapeando" os canais e de repente para na Band, onde está passando o Miss Brasil. Ai você lembra da sua mãe/tia/avó e similares dizendo que na época delas tinha um Miss Brasil cheio de mulheres lindas (como se o de agora não houvesse). Aí você pensa: "vou ver essas gatas aí". Até aí beleza, qualquer homem heterossexual faria isso. Mas sério, eu não consegui ver dois minutos.

Sério, eu sempre admirei mulheres de personalidades fortes, sejam atrizes, cantoras e o escambau. Mas essas "misses" são terríveis. Não estou falando de concursos de beleza, que aliás só servem para levantar a estima das gatas que existem por aí. Mas eu fico de cara com o que essas mulheres tem de passar para se elegerem Miss.

Malhação, estética, dieta, nada disso se compara a vergonha que eu senti ao ver o desfile de "trajes típicos". Aliás , o que seriam trajes típicos? Sei lá, se vestir de acreana, por exemplo? E como seria? Enfim, apareceu uma mulher vestida de Virgem Maria (eu acho). Uma coisa horrorosa, que até eu fiquei constrangido. Mas o mais legal foi saber que essa mulher GANHOU como melhor traje típico. Aí parei. Minas Gerais não precisava disso. Vejam a foto.

Mas aí, como sou legal, eu resolvi dar outra chance. Liguei a tv e mostram todas as "misses" numa academia, fazendo esteira, musculação, etc e tal, com a faixa de "Miss Algum Lugar". Imagina, você entra na academia e vê uma mina malhando com uma faixa escrito "Miss Distrito Federal". Ai é demais, desliguei de vez.

Voltei pro PC para escrever essas linhas e estou acompanhando o Kibe Loco num chat entre ele, Danilo Gentili e outros. Simplesmente genial. Enquanto escrevo, acompanhei via Twitter os comentários como "Miss Distrito Federal: 'A pessoa mais importante é Deus que criou todas as coisas.' Criou todas as coisas...menos seus peitos."

Nesse exato instante, fico sabendo que a Miss Rio Grande do Norte, a bela Larissa Costa foi eleita Miss Brasil, deixando para trás a Miss Silicone do DF e a Miss MG. Segue foto da menina. Que ela não tenha que passar por isso novamente na frente de todo o mundo. Eu vou morrer de vergonha mais uma vez.

Paz, até a próxima...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

DIGA NÃO AO PROJETO DE AZEREDO!!!

Do Blog do Sérgio Amadeu...

A Internet é uma rede de comunicação aberta e livre. Nela, podemos criar conteúdos, formatos e tecnologias sem a necessidade de autorização de nenhum governo ou corporação. A Internet democratizou o acesso a informação e tem assegurado práticas colaborativas extremamente importantes para a diversidade cultural. A Internet é a maior expressão da era da informação.

A Internet reduziu as barreiras de entrada para se comunicar, para se disseminar mensagens. E isto incomoda grandes grupos econômicos e de intermediários da cultura. Por isso, se juntam para retirar da Internet as possibilidades de livre criação e de compartilhamento de bens culturais de de conhecimento.

Um projeto de lei do governo conservador de Sarkozi tentou bloquear as redes P2P na França e tornar suspeitos/as de prática criminosa todos/as os/as seus/as usuários/as. O projeto foi derrotado.

No Brasil, um projeto substitutivo sobre crimes na Internet aprovado e defendido pelo Senador Azeredo está para ser votado na Câmara de Deputados. Seu objetivo é criminalizar práticas cotidianas na Internet, tornar suspeitas as redes P2P, impedir a existência de redes abertas, reforçar o DRM que impedirá o livre uso de aparelhos digitais. Entre outros absurdos, o projeto quer transformar os provedores de acesso em uma espécie de polícia privada. O projeto coloca em risco a privacidade dos/as internautas e, se aprovado, elevará o já elavado custo de comunicação no Brasil.

Gostaríamos de convidá-lo/a a participar do ato público que será realizado no dia 14 de maio, às 19h30, em defesa da:

- LIBERDADE NA INTERNET
- CONTRA O VIGILANTISMO NA COMUNICAÇÃO EM REDE
- CONTRA O PROJETO DE LEI SUBSTITUTIVO DO SENADOR AZEREDO

O Ato será na Assembléia Legislativa de São Paulo e será transmitido em streaming para todo o país pela web.

PLENÁRIO FRANCO MONTORO
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO
AV PEDRO ALVARES CABRAL S/N - IBIRAPUERA

O ato também terá cobertura em tempo real pelo Twitter e pelo Facebook.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Tá de sacanagem...

É INACREDITÁVEL o que o excelentíssimo Deputado Federal Sérgio Moraes (PTB-RS) disse aos jornalistas que acompanhavam a sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O que? Você não sabe que ele disse? Então clique aqui...

Sério, será que somos tão idiotas quanto ele diz que somos? Que não está nem aí para a opinião pública? E que irá se reeleger mesmo com todas as denúncias que ele responde no STF?

Ah nem, sério, é demais pra mim. Quanto mais mexe no Congresso, pior fica. Será que um dia melhora? Ou temos que fazer mesmo igual ao nosso nobre Deputado, simplesmente esquecer que existem homens no Congresso que pegam o dinheiro dos contribuintes para pagar despesas pessoais? A ideia é essa mesmo? É pra ficar calado?

Se alguém do Rio Grande do Sul entrar nesse blog, divulgue entre seus pares para que esse deputado nunca mais se eleja. É o que podemos fazer no momento, já que quem cuida da ética do Congresso é ele ?

Segue foto do camarada.

Paz, até a próxima...

Post pequenino

Escutei um jogão hoje de tarde. Chelsea e Barcelona empataram em 1x1 com dois golaços, um de Essien e outro de Iniesta. Dois petardos de fora da área. Agora, como mostra a enquete do blog, Manchester e Barcelona decidirão a Copa dos Campeões. Aliás, aproveitem e votem, e mandem o endereço do blog para seus amigos. Não sei em quem apostar, mas torcerei pro Barcelona, porque não gosto do futebol inglês.

E o Galo ficou no quase, mais uma vez. Complicado. Mas tudo melhorará, tenho fé.

Como o post é curtinho, e rir é sempre o melhor remédio, deixo aqui um vídeo para nos ajudar nos momentos difíceis. Principalmente se você torce pelo maior de Minas...

Paz, até a próxima...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Resultado da primeira enquete

Com 86%, deu Joaquim Barbosa, com 0% para Gilmar Mendes e 14% para a pergunta "quem são esses dois".

Próxima enquete será futebolística...

Para o Manchester, nada?!?!?

Depois de muitos meses tentando, consegui hoje escutar Manchester x Arsenal. A Copa dos Campeões passa na Rádio Eldorado/ESPN, e dá para escutar o jogo via internet. Porém, eu não conseguia acessar o jogo, até descobrir uma maneira. Não vou falar senão podem bloquear todas as rádios da UnB e eu ficar sem jogo algum.

Quando consegui escutar o jogo, já estava 2x0 para o Manchester. Como vocês devem saber, terminou 3x1 e Manchester United ganhou do Arsenal pela primeira vez no Emirates Stadium, estádio oficial da seleção do Dunga. Antes, a última derrota do Arsenal em jogos europeus foi contra o próprio Manchester no estádio Highbury, que nem existe mais, em 2004. Sem dúvida, dois timaços, mas os Diabos Vermelhos tem Cristiano Ronaldo, o jogador mais "mala" do futebol atual, mas que joga para cachorro, e fez a diferença com dois gols.

Tudo isso para mostrar que o chatíssimo futebol inglês está na frente novamente. Sempre digo que o estilo inglês de jogar nunca foi um dos meus favoritos, mas temos que dar o braço a torcer e aceitar que eles, hoje, são o melhor futebol da Europa. E como os melhores jogadores estão na Europa, eu diria que hoje o futebol inglês é o melhor do mundo. Portanto, temos muitas lições a aprender com nosso querido Manchester United. A primeira e mais importante: temos que ter um técnico muito bom. De preferência com tranquilidade e TEMPO para trabalhar. No Manchester, a bola da vez se chama Alex Ferguson, técnico do time desde 1986. Mesmo assim, demorou quatro anos para o Manchester ganhar o primeiro título (foi campeão da FA Cup em 1990). Quatro anos no Brasil, talvez o Muricy Ramalho no São Paulo, mesmo assim, balançando a cada nova derrota. Mas quando abriu a porteira, foram muitos títulos. Segundo a Wikipédia, foi dez vezes campeão da Inglaterra (1992/93, 1993/94, 1995/96, 1996/97, 1998/99, 1999/2000, 2000/01, 2002/03, 2006/07, 2007/08). Dois campeonatos mundiais (1999 e 2008) e duas copas europeias nos mesmos anos. Uma Recopa e uma Supercopa Europeias (1991). Cinco Copas da Inglaterra (1990, 1994, 1996, 1999, 2004). Três Copas da Liga Inglesa (1992, 2006 e 2009). Oito Supercopas da Inglaterra (1990, 1993, 1994, 1996, 1997, 2003, 2007 e 2008). Ou seja, todos no Manchester sabem que se não tivesse mantido Alex Ferguson, esses títulos não viriam.

Além de ser excelente estrategista, Ferguson possui um olho raro para talentos do futebol. Sob sua tutela, foram contratados e/ou descobertos jogadores como Cantona, Roy Keane, Beckham, Solskaer, van Nistelrooy, Cristiano Ronaldo e Giggs, por exemplo. Ou seja, o cara quando contrata, contrata direito. No elenco atual do Manchester tem dois brasileiros que saiaram daqui com uns 14 anos de idade e agora jogam pelo profissional. Acredito que não teriam a mesma sorte num time brasileiro cheio de empresários com décimas intenções.

Sem falar que é um dos
times com a melhor administração no mundo. Só a venda de todos os produtos do Manchester rende mais que TODA a arrecadação do campeonato italiano. Ou seja, mesmo numa época sem títulos, o dinheiro entra e as contratações da próxima temporada são bem feitas. Tem o estádio Old Trafford, um dos melhores do mundo (já mencionado neste blog). Marketing, Depois disso tudo, fica a pergunta. Será que NENHUM dirigente brasileiro consegue fazer algo parecido com algum time brasileiro? Sim, a economia é diferente, mas pode-se adaptar algumas ideias, como o profissionalismo e patrocínio. Não tem muita mágica, basta que os clubes sejam gerenciados com competência. Será muito difícil? Será Kalil?!?!?!

Paz, até a próxima...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vai começar o Brasileirão!!!!

Retirado do blog Futepoca...

Não há novidade no título do Cruzeiro. Neste mesmo Futepoca o time azul já foi declarado campeão quando venceu a primeira partida das finais por 5 a 0, com mérito por ter um time melhor que o do Galo.

Na partida de ontem, que terminou 1 a 1, ocorreu o que sempre acontece. Se o jogo está um pouco mais difícil, marcam-se pênalties e jogadores do Galo são expulsos. Não estou reclamando da expulsão do Welton Felipe, que foi justa...

Podem dizer que é choradeira, e é mesmo. Mas não reclamei nada nos 5 a 0, achei a arbitragem correta. Ontem, foi controversa. Faz tempo que o Gaciba não atua bem. Os Perrela devem ser muito "carinhosos" com determinados árbitros.

Mas o que importa é que a derrota para os azuis criou nova crise no Galo, que acabou demitindo o Leão e vai começar o brasileirão do zero.

Gosto do Leão e nem um pouco de seu substituto, Celso Roth, mas o Leão vem cometendo erros sistemáticos, como manter time que é goleado e beneficiar determinados jogadores que não vêm atuando bem, como o goleiro, Juninho, e não dar chances ou ficar de birra com jogadores jovens de quem não gosta, como Tchô e Marcos Rocha. Sem contar que quer mandar mais que o presidente do clube.

Para ele, parece que aos amigos, tudo. De quem não gosta, ... A justificativa para manter seus preferidos é sempre o que produzem nos treinos, que só ele vê. Se quiser continuar como técnico terá de rever certas atitudes.

As cartas estão lançadas, torcerei como sempre, mas temo pelo meu Galo neste Brasileiro.

Novo ENEM

Texto extraído da Superinteressante desse mês. Deixe suas opiniões nos comentários...

Em 1911, boa memória era sinônimo de inteligência. Até dá para entender. Naquela época, quando o governo brasileiro tornou o vestibular obrigatório para universidades públicas e particulares, conhecimento era coisa para poucos. Ter um baú de informações na cabeça já permitia a qualquer um ser pelo menos um bom profissional. Então não era surpresa que os vestibulares se preocupassem em testar basicamente a capacidade de memorização.

Um século e muita decoreba depois ela continua sendo uma habilidade louvável, mas não é nem nunca foi a mais importante – só a mais fácil de testar numa prova. Coisas fundamentais, como o raciocínio e a criatividade, ainda são menos levadas em consideração do que deveriam na hora de selecionar quem entra na universidade. Não é de espantar, então, que muita gente deseje a morte dos testes tradicionais. E não é desculpa de estudante burro: o próprio Albert Einstein dizia que a obrigação de decorar fórmulas foi a maior, e mais inútil, tortura pela qual passou na vida. Por isso mesmo todo mundo interessado no assunto vibrou quando o Ministério da Educação anunciou uma nova versão do Exame Nacional do Ensino Médio para substituir e unificar as provas das universidades federais. A exemplo do Enem antigo, ela promete exigir muito mais análise e raciocínio lógico do que informação bruta a ser decorada. Está aí a solução para o tormento?

Vamos ver. O MEC admitiu que inspirou-se no americano SAT (sigla em inglês para Teste de Medição Escolar), que é aplicado 7 vezes por ano (por enquanto aqui é só uma, mas a ideia é alcançar 7 também). Em duas versões: uma de raciocínio, que avalia matemática, leitura crítica e redação, e outra que testa o aprendizado de matérias específicas – física, história etc. Ambas reconhecidas pela qualidade das questões, que obrigam o aluno a de fato raciocinar. Mas a grama do vizinho não é tão verde assim. Apesar de bem formulado, o SAT é o terror mais profundo dos estudantes. Igualzinho ao que ocorre aqui, existe por lá toda uma indústria de cursinhos especializados em dicas e macetes para que os alunos se saiam bem nas provas. E há quem garanta que são necessários anos para esquecer o trauma do exame.

Os chineses que o digam. Por lá, a pressão para se sair bem em uma prova semelhante, que também é unificada e ocorre uma vez por ano, é tão forte que o vestibular está entre as causas das altas taxas de suicídio no país, de até 3,5 milhões de pessoas por ano.
Na Dinamarca, a prova simplesmente não existe: o que conta são as notas obtidas durante todo o ensino médio. Se o curso pretendido é engenharia, os examinadores levam mais em conta as notas do candidato nas aulas de matemática. Se a ideia é cursar letras, não tem muita importância ter passado raspando em química por 3 anos. Um sistema correto, mas também desesperador: quem é bom, mas repetiu o 1º colegial por alguma bobeira de adolescência, pode se complicar na hora da seleção. Como não dá para voltar no tempo e mudar as notas, o jeito é mudar de país.

Quem sabe para a Argentina, a Bélgica ou a França. Nesses, o acesso é garantido sem vestibular nem currículo: basta ter um diploma de nível médio, pelo menos para entrar nas faculdades menos concorridas (é o que acontece na prática por aqui também, já que os “processos seletivos” de algumas das nossas particulares permitiriam a matrícula de um babuíno). Mas o acesso automático não garante nada em alguns casos: na Argentina, ao fim do primeiro ano de curso, há uma prova para decidir quem segue na faculdade ou não.

Entre as universidades mais disputadas do mundo, o método é mais complexo. É o caso das que fazem parte da Ivy League, o grupo das 8 americanas de elite (entre as quais Yale, Harvard, Colúmbia e MIT). Elas até levam em conta as notas do SAT, mas também avaliam currículos, exigem cartas de recomendação, fazem entrevistas pessoais... até a personalidade do candidato entra em jogo. Tudo conta: participação em grêmio estudantil, viagem de mochilão, trabalhos comunitários...

Na Universidade de Colúmbia, por exemplo, o que os examinadores olham mesmo são os trabalhos que o candidato desenvolveu na escola nos 4 anos anteriores. Para conquistar uma vaga no MIT, entre outras coisas o aspirante precisa fazer uma lista das 5 atividades mais importantes que considera já ter feito na vida. E pode ainda optar por falar sobre isso ao vivo, em uma entrevista com um examinador da universidade, o que pode aumentar significativamente as chances de admissão.Tudo isso, por sinal, não existe só para o bem do aluno. Mas para o da própria instituição. Um diploma de Harvard foi importante para a carreira de Barack Obama. Mas ter formado um Barack Obama que virou presidente é ainda mais valioso para Harvard, pois aumenta o prestígio que a universidade já tem. Daí a importância de uma seleção realmente precisa.

Mas claro que, por melhor que seja, o novo Enem não vai transformar nossas federais em Harvards. Será apenas mais justo que os vestibulares-decoreba de sempre. Mas, se você acha que isso vai deixar as coisas mais fáceis, pode tirar o gabarito da chuva. Neste ano, cerca de 5 milhões de estudantes vão concluir o ensino médio no Brasil, mas há menos de 300 mil vagas nas faculdades públicas, as mais concorridas. Nos 5 cursos mais disputados das 5 universidades top de linha, são só 1 300 vagas. Um baita funil, que vai continuar duro de atravessar. Além disso, não importa o quanto o vestibular, ou mesmo a educação como um todo, melhore: sempre vai haver um punhado de instituições preferidas por alunos, professores e pelo mercado de trabalho. O caso dos EUA é emblemático: entre as mais de 4 mil universidades de lá, só aquelas 8 são objetos de desejo para valer. E, se é numa das favoritas que alguém quer entrar, não tem jeito: vai ter que ralar para mostrar mérito. Ainda bem.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

1º de Maio

Em homenagem ao dia do trabalho, um dos meu poemas favoritos de Vinícius de Moraes.

O Operário em Construção (Vinicius de Moraes) 1956

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

Novos tempos

Acabo de ler no blog do Nassif uma coisa que me deixou abismado. Segundo ele, crítico voraz da revista Veja e principalmente da editora Abril, um leitor de seu blog falou que a revista 4 Rodas queria fazer uma reportagem sobre as seguradoras de carro, incluindo vários depoimentos de consumidores lesados por elas. Surpreso, ele relata que a reportagem na verdade serviu para defender as empresas de seguro. Usando a expressão que este leitor escreveu, chegamos ao ponto que não podemos confiar nem na 4Rodas!

Digo isso porque ontem foi revogada a lei de imprensa. A lei, de 1967, foi criada nos anos da ditadura para evitar críticas ao governo vigente fossem publicadas. Os jornalistas sofriam perseguição e podiam ser processados por aqueles que se sentiam “prejudicados”. Agora os
casos da imprensa serão julgados usando os Códigos Civil e Penal, além da Constituição de 1988.

Com a revogação, a imprensa brasileira entra por um período onde “nunca antes na história desse país” o jornalismo foi tão livre. Os grandes jornais do país estão com a circulação cada vez menor. Sou da época que a Folha de São Paulo colocava um milhão de exemplares aos domingos. Jornal do Brasil, O Globo, Estadão todos esses já tiveram seu auge. Hoje, muitos deles (Folha principalmente) utiliza de métodos cada vez mais sensacionalistas para vender jornais, mas cada dia que passa seu leitores fiéis se afastam de suas páginas.

A causa disso? Não sei, mas a internet tem um grande papel nisso. Afinal, você agora não precisa comprar a Folha para ler a coluna do Juca Kfouri (o melhor jornalista de todos!). A independência
jornalística se mostra mais na internet que em qualquer outro veículo. Inclusive através das redes sociais como Orkut, Myspace, Twitter, podemos falar diretamente com o jornalista, e com alguém que você admira. Eu, por exemplo, já falei com oTico Santa Cruz no Twitter, hehehehe...

Acho que estamos caminhando para uma nova era da informação. Como podemos ter nossos próprios veículos de comunicação, temos a chance de se expressar ou de noticiar alguma coisa sem passar por algum editor-chefe estressado e mal humorado. E quem sabe podermos fazer
nossas próprias reportagens sem interferência de terceiros. Diferente da 4 Rodas.

Lembrando que hoje fazem 15 anos que o Ayrton Senna nos deixou. O melhor piloto de todos. Fica então nossa homenagem a ele.

Paz, até a próxima...