Depois da Copa as coisas voltam ao ritmo normal. Pensei em começar a escrever fazendo um apanhado sobre o clima ruim que teve entre Webber e a RBR depois do episódio da asa dianteira em Silverstone. Mas o episódio de hoje vai repercutir por muito mais tempo, pelo menos por aqui no Brasil.
Primeiro a corrida, que de início prometia chuva, que não veio e fez a corrida cair na monotonia que costuma ser Hockenheim. Vettel largou em primeiro com Alonso em segundo, do lado sujo da pista e Massa em terceiro. Só o que ele tinha que fazer era acelerar e pronto, Alonso provavelmente não arriscaria muito. Porém, Vettel teve a mesma grande idéia que teve em Silverstone, 15 dias atrás e que fez ele cair lá para o fim do grid no início da corrida, resolveu apertar Alonso no muro. Em Silverstone foi Webber, na disputa houve um toque que furou o pneu de Vettel obrigando ele a fazer o primeiro pit antes do fim da primeira volta. Hoje, a mesma manobra, porém, quem se beneficiou foi Massa, que viu a pista livre. Foi só acelerar e assumir a primeira posição. Alonso manteve a segunda posição e Vettel, caiu para terceiro, podia ter sido pior. Barrichello depois de dois fins de semana ótimos, apesar de ter ido bem sexta e sábado, largou mal, caiu para 14º e terminou em 13º, mas a Williams felizmente tem melhorado.
Primeiro a corrida, que de início prometia chuva, que não veio e fez a corrida cair na monotonia que costuma ser Hockenheim. Vettel largou em primeiro com Alonso em segundo, do lado sujo da pista e Massa em terceiro. Só o que ele tinha que fazer era acelerar e pronto, Alonso provavelmente não arriscaria muito. Porém, Vettel teve a mesma grande idéia que teve em Silverstone, 15 dias atrás e que fez ele cair lá para o fim do grid no início da corrida, resolveu apertar Alonso no muro. Em Silverstone foi Webber, na disputa houve um toque que furou o pneu de Vettel obrigando ele a fazer o primeiro pit antes do fim da primeira volta. Hoje, a mesma manobra, porém, quem se beneficiou foi Massa, que viu a pista livre. Foi só acelerar e assumir a primeira posição. Alonso manteve a segunda posição e Vettel, caiu para terceiro, podia ter sido pior. Barrichello depois de dois fins de semana ótimos, apesar de ter ido bem sexta e sábado, largou mal, caiu para 14º e terminou em 13º, mas a Williams felizmente tem melhorado.
Massa com caminho livre para assumir a ponta depois da manobra de Vettel
As primeiras posições eram as mesmas. A corrida estava bem monótona até começar as idas aos boxes para os pits. O primeiro foi Vettel na 13ª volta, pôs pneus duros, seguido por Webber que parou em seguida. Com Massa em primeiro, a lógica é que ele fosse o primeiro a ser chamado, mas quem entrou primeiro foi Alonso, dando pinta do jogo de equipe mais discreto que até hoje ocorre na F1. Alonso parou, voltou, Massa, parou e voltou, na frente de Alonso.
Aí a disputa apertou mais, já que Massa voltou muito próximo de Alonso. Um fazia volta mais rápida, o outro respondia. Quando Alonso encostou de vez, tentou uma manobra de ultrapassagem e Massa se defendeu. Daí vem no rádio do espanhol um "Isso é ridículo!". Na boa, Alonso é um grande piloto, fantástico, mas vá dar chilique lá na PQP. Ô cara que reclama, e muitas vezes por nada, ele não precisa disso. A equipe fez o que tinha que fazer para ele passar, mandou ele antes para os boxes, agora passa pô! Não tá mais rápido?
Depois disso, Massa começou a voar na pista, com volta mais rápida atrás de volta rápida, abriu mais de 3 segundos para Alonso. Vettel não ameaçava e nem era ameaçado por Hamilton, que era o quarto. Alguma voltas depois, o espanhol começou a reagir, diminuiu a diferença para 1 segundo. Na média, ele estava mais rápido do que Massa.
Pois é, mais rápido. Foi esse o código que a Ferrari usou numa frase dita pausadamente: "Fernando Alonso é mais rápido que você. Você entendeu a mensagem?". Ele e o resto do mundo entendeu. Algumas curvas depois, Massa praticamente parou no meio da pista para Alonso ultrapassa-lo.
Depois disso, não consegui mais prestar atenção no resto da corrida. Ouvi o que o Reginaldo Leme e o Luciano Burti tinham para falar, aí fui para o computador ver o que os blogueiros estavam comentando no Twitter e a sensação de dejavú era a mesma para todo mundo. A Ferrari fez a mesma lambança que fez em 2002 na Hungria, com Barrichello e Schumacher. O "sorry" do engenheiro pelo rádio para Massa deixou bem claro isso.
A corrida acabou com Alonso em primeiro seguido de Massa, Vettel, Hamilton, Button, Webber (que relembrou os dias de fins de semana discretos), Kubica, Rosberg, Schumacher e Petrov. O campeonato não mudou muito. Hamilton continua líder com 157 pontos, Button 143, Weeber, 136, mesmo número de pontos de Vettel. Alonso fecha os cinco primeiros com 123 pontos.
Ao fim da corrida, a comunicação via rádio com Alonso chegou a ser patética. O engenheiro o cumprimentou pela boa corrida (que foi mesmo, fora a estupidez ocorrida na 49ª volta), deu parabéns, enfim. Mas a disfarçada de Alonso dizendo meio que perguntando se Felipe teve problema com a segunda marcha foi bem desnecessária. A coisa já estava feia e não ia ficar menos feia com aquela desculpa.
O abraço "caloroso" antes do pódio
Depois da corrida e da coletiva, com respostas furtivas, confesso que o que mais me decepcionou nisso tudo foi o próprio Felipe Massa. Foi errada a atitude da equipe, mas ele não era obrigado a seguir o que lhe foi sugerido. Quem tá lá no cockpit é ele, ele é quem decide o que vai ou não fazer. Se vai ficar mal com a equipe, problema. De vez em quando a gente tem que encarar umas caras feias por aí como bem disse o Flávio Gomes. Foi mais ou menos isso que Webber fez em Silverstone, quando deram a asa dianteira dele para Vettel. Ele saiu mostrando a todos sua insatisfação e no fim da corrida, a qual ele venceu, desabafou: "nada mal para um segundo piloto".
Ficou feio, para Ferrari, para Alonso, que realmente não precisava disso, pois estava mais rápido que Massa e acho que até o fim da corrida teria condição de ultrapassa-lo, e para Massa que ganhou o rótulo de novo Barrichello, no pior sentido. Depois declarou que não é segundo piloto, que a decisão de deixar passar foi ele quem tomou, que jogou do lado da equipe, eu honestamente, não sei o que é pior.
No fim da tarde anunciaram que a Ferrari levaria uma multa de US$ 100 mil e o caso será levado ao Conselho Mundial. Por enquanto está barato, já que em 2002 a multa foi de US$ 1 milhão, mas a coisa pode ficar mais feia. Mas ainda tenho minhas dúvidas. A Ferrari tem um poder político impressionante. Para mim o certo seria desclassificar os dois pilotos dessa corrida. Vamos ver como isso vai terminar, porque essa história ainda dá pano para manga.