sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

[LITERATURA] Pra Ser Sincero

Há alguns dias atrás, eu lembrei a vocês parcos leitores que há 25 anos  acontecia o primeiro Rock in Rio (clique aqui para relembrar). Muita gente não sabe, mas no mesmo dia, 3 amigos em uma faculdade de arquitetura em Porto Alegre convenceram algumas poucas almas a assistirem ao primeiro show da banda que eles formaram. Esses amigos não sabiam, mas presenciaram o surgimento de uma das bandas mais amadas (e ao mesmo tempo, mais odiadas) do chamado rock nacional. Tirando uma onda com os estudantes de engenharia que iam na arquitetura paquerar as futuras arquitetas (já que todos sabem que na engenharia quase não tem mulher), Humberto Gessinger batizou sua banda de Engenheiros do Hawaii, depois que o seu outro nome preferido, Frumello e os 7 Bellos, foi rejeitado. 25 anos depois, milhões de discos e corações arrematados, estava na hora de fazer uma pausa e fechar para balanço. E nada melhor que um livro para dar sua visão da história.

Humberto Gessinger costuma escrever belas letras nas suas canções (dividindo com Renato Russo o título de melhor letrista do rock nacional, na humilde opinião deste que vos escreve). Entre os anos de 1987 e 1994, com a formação Gessinger, Maltz e Licks, os Engenheiros do Hawaii estiveram em evidência numa época que o rock nacional dava sinais de declínio. TODAS as bandas passavam por momentos difíceis e vários críticos (malditos críticos) afirmavam que não existia mais rock no Brasil. Mesmo nesse mau momento, a banda continuou firme, como se nada tivesse acontecido. A gravadora agradecia e comemorava, já que, nas palavras do próprio HG, "salvamos o Natal dos caras!!"

Com o livro, HG tentou mostrar como algumas canções foram feitas, suas experiências e fatos da carreira com a banda. O texto é leve, chega a ser engraçado em certos momentos. Alguns fatos são narrados sem muitos detalhes, talvez para evitar reabrir feridas já fechadas (como a saída até hoje conturbada de Augusto Licks em 1994). Por isso, o livro talvez peque um pouco no quesito "detalhes", mas mesmo assim vale a pena a leitura para entender vários episódios da trajetória hawaiana. Depois, HG comenta várias de suas letras, (algumas inéditas), narra eventos pessoais (como o nascimento de sua filha Clara), além de introduzir seu novo projeto, o intimista "Pouca Vogal" (clique aqui para conhecer).

Leitura recomendada para os "fãs de fé" e até para aqueles que "odiavam" (ou não entendiam) os Engenheiros do Hawaii. Eu, particularmente, me incluo na primeira opção. E vocês?

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