quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

[LITERATURA] Mais Pesado Que o Céu

Pensem num sujeito perturbado. Pois é, depois de ler "Kurt Cobain - Mais Pesado que o Céu", meus parâmetros mudaram totalmente.

Kurt nasceu numa família totalmente desestruturada. Seus pais se separaram quando era jovem, e suas brigas com seus pais eram constantes e por várias vezes foi dormir debaixo da ponte (literalmente). Cresceu, ganhou uma guitarra de alguém e o resto é história. Literamente de novo. Sabem por que?

Em DIVERSAS passagens do livro, o autor colca em dúvida alguma história da vida de Kurt. Em diversas entrevistas, Kurt falava alguma passagem da sua vida, porém ao serem perguntados sobre a veracidade dos fatos, várias vezes os familiares ou negavam ou diminuiam a versão contada por Kurt. Várias vezes assinou seu nome com outras grafias (como "Kurdt") para não ser reconhecido. E por que disso? Não sei. Particularmente acho que Kurt não queria mostrar sua vida pessoal, já que vivia reclamando da exposição que o Nirvana recebia no auge, com clipes na MTV e milhões de discos vendidos. Mas ao mesmo tempo, é muito estranho saber que ele contava diferentes versões sobre o mesmo fato. E a versão mudava de entrevista pra entrevista, de acordo com seu humor.

O livro também mostra como Kurt ficou viciado em heroína, e isenta Courtney Love de induzí-lo ao vício. Ao contrário, afirma que Love era tão ou mais perturbada que ele, e já era viciada quando se casou com Kurt. Aliás, um fato pitoresco na trajetória de Cobain é saber que um dos motivos de ter se viciado em heroína foi a sua já conhecida dor de estômago. Por algum motivo, ao usar heroína, Kurt sentia alívio em seu problema estomacal, e por causa disso passou a usar cada vez mais a droga, na tentativa de encontrar uma "cura". Depois de ser internado dezenas de vezes para tentar se desintoxicar (às vezes acompanhado de Courtney), depois de dar inúmeros sinais de suas intenções, Kurt nos deixou em abril de 1994 para entrar na história. 

Por várias vezes, o Nirvana esteve perto do fim por causa tanto do vício de Kurt quanto pela sua instabilidade (ameaçou despedir Dave Grohl várias vezes, por exemplo). Na adolescência, contou a vários amigos que não queria chegar aos trinta anos, lembrando aquela música do The Who ("Hope I die before I get old"). Como Jimi, Janis, Bonham e tantos outros ícones-pop, Kurt deixou um legado que será eternamente lembrado, apesar disso sempre ter sido apavorante para ele.

Uma confissão: diversas vezes me identifiquei com Kurt durante a leitura, mas sabe-se lá porque, nunca mexi com drogas. Será eu diferente ou sou apenas um sortudo? Como diria Kurt em All Apologies: "Everything is my fault", hehehehe...

Vale a leitura...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diga pra mim...