quinta-feira, 16 de julho de 2009

Maria Maria...

Nunca escondi a minha preferência na decisão da Libertadores. Torci como um louco pelo Estudiantes (gritei alto quando marcaram o segundo gol), mas não foi somente pelo fato do rival estar na disputa. São outros quinhentos.

A explicação é simples. Lembrando um pouco da história, quando as Marias ganharam em 1997 jogando contra o tradicionalíssimo time do Sporting Cristal, do Peru, elas não eram lá essas coisas. Afinal, eram campeãs da América mas tinham perdido 4 vezes pro Galo em jogos oficiais durante o ano. O Galo, inclusive, seria campeão da Copa Conmebol, a Copa que hoje se chama Sul-Americana e tem apoio da Rede Globo. Pois bem, naquele ano, eu torci contra como torci agora, mas com uma diferença. O time daquela época era muito mais humilde (e muito pior também). Aquela final doeu, mas um dia depois eu nem estava ligando, porque eles quase foram rebaixados e voltaram do Japão com dois gols alemães do Borussia Dortmund. Se tivesse ganho esse ano, com certeza as Marias estariam muito mais arrogantes que de costume.

Ontem, o timaço delas entrou em campo achando que o título estava ganho. Eles se esqueceram apenas de avisar Verón e companhia. Não se lembraram também que o futebol argentino tem como sua principal característica a garra, a vontade de vencer (fora a técnica excepcional que seus jogadores possuem). Todos sabem que os argentinos têm 21 Libertadores (desde ontem 22) e isso não acontece por acaso. O otimismo era tanto que Mauro Cezar Pereira, da ESPN, que estava no estádio para cobrir o jogo, percebeu um clima de otimismo tão grande que escreveu no Twitter: “O otimismo da torcida celeste é tamanho que já ouvi até uma voz agourenta por aqui com a frase típica: "cheiro de tragédia no ar". Será?”

E aconteceu. Confiaram demais em Kleber, aquele atacante que adora distribuir cotoveladas durante o jogo e depois reclama que é perseguido. Podia parar de reclamar e falar demais. Ontem deu um empurrão em Verón na frente do juiz e tomou cartão amarelo a toa. Ramires depois que voltou da seleção não é mais o mesmo, talvez pensando nos euros que vai ganhar no Benfica. Adilson Batista resolveu dar uma de “Professor Pardal” (de novo) ao tirar Wagner para por Athirson, levando Gerson Magrao da lateral para a meia. Esqueceu que Magrão nunca se destacou no meio, e depois dessa alteração, sumiu no jogo. Pra mim, as Marias perderam nessa hora. Wellington Paulista ficou muito mais preocupado em revidar as provocações argentinas e se esqueceu de jogar futebol. Ou seja, o time argentino, que havia jogado melhor e colocado Fábio pra fazer milagre em La Prata, soube aproveitar as falhas do time brasileiro e saiu com o título.

E pra piorar, ainda teve Dunga, Aécio e Serra no Mineirão. Com os 3 juntos o Brasil não vai pra frente de jeito nenhum. E como as Marias "representavam" o Brasil, adivinhem o que aconteceu...

Portanto, acho pouco. O “Mineirazzo”, em alusão a tragédia da Copa de 1950, vai ficar na história dos argentinos como um momento de superação, enquanto que esse jogo vai ficar na história das Marias como um ensinamento, de que a humildade tem que ser sempre relevada.

Parabéns aos argentinos e "Gracias Verón!!!"

Até a próxima...

2 comentários:

  1. Nunca fui tao feliz em um time!
    Bica Galo DOIDO!!!!!!

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  2. Aff... Aécinho, Dunguinha E Serrinha no Mineirão é mesmo de fazer chorar!!! Aqui em casa cantei a pedra e disse que meu pressentimento anunciava uma tragédia para as marias... dito e feito... ou, como profetizou o técnico dos estudiantes, "a confiança matou o homem"

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