segunda-feira, 30 de agosto de 2010

[FÓRMULA 1]Spa é Spa

Spa-Francorchamps é um grande circuito. Cheio de pontos de ultrapassagem, numa região onde a chuva é algo muito comum já que fica no meio de uma região com florestas. Faz parte da história da F1, desde o início da categoria, tem uma das curvas mais rápidas entre os circuitos atuais, a Eau Rouge, enfim, eu poderia ficar aqui enumerando todos os pontos positivos dessa pista, que além de ser o favorito de vários pilotos também é o favorito de vários fãs da categoria. O GP da Bélgica é um dos poucos hoje em dia no qual dá para dizer que a corrida com certeza vai boa. Esse ano não foi diferente.

Começou no sábado, todos contavam com a pole de uma das McLaren's, que claramente, evoluiu muito durantes as férias de verão. Mas Spa é uma loteria e Mark Webber deu sorte de completar sua volta mais rápida numa pista mais seca do que os outros pilotos e acabou conseguindo largar na primeira fila.

Mas na corrida não teve tanta sorte, não no início pelo menos, largou muito mal e caiu para sétimo, quem pulou na frente foi Hamilton. Antes da primeira volta acabar, começou a chover, e quando as posições estavam começando a se definir, a pista escorregadia começou a fazer suas vítimas. O pior sobrou para Barrichello, que estava comemorando a marca de 300 GP's (marca respeitável, e bem mais reconhecida lá fora do que pr aqui, diga-se de passagem). Na Bus-Stop, ele passou reto e bateu no Alonso que vinha voltando, de também ter passado reto por ali. Barrichelo abandonou e Alonso foi para os boxes, arriscou e colocou pneus intermediários. O Safety Car teve que entrar, até a situação da pista se estabilizar. Mas a sorte não estava do lado do espanhol dessa vez, pois na quarta volta, quando o SC saiu da pista a chuva parou, o asfalto secou e ele teve que voltar aos boxes e colocar pneus slick.


Não durou nem duas voltas o GP de número 300 de Barrichello

Depois da confusão do início a ordem era: Hamilton, Button, Vettel, Kubica, Webber, Massa, Sutil, Hulkenberg, Liuzzi e Rosberg. Nisso, todas as equipes faziam suas previsões de chuva, no fim das contas nada era certo em relação a isso. Enquanto as equipes tentavam adivinhar o quanto ia chover, Hamilton abria na frente e Alonso, que depois de dois pits estava lá entre os últimos começou a abrir caminho, com uma ultrapassagem atrás da outra. Vettel também vinha num ritmo melhor que Button, mas foi afobado (de novo), e quando foi ultrapassar perdeu o controle do carro, bateu e estourou o radiador do Button, tirando ele da corrida, perdeu a asa, teve que ir para os boxes, depois levou um drive-through pelo acidente, o que pessoalmente achei desnecessários, ainda acabou furando um pneu tentando ultrapassar Liuzzi e no fim nem pontuou. Vettel tá vendo o título se afastar cada vez mais e o mérito disso é todo dele. Paciência, até ganhar experiência para evitar certos erros bobos que ele vem cometendo durante esse ano leva um tempinho. O choque entre Vettel e Button acabou criando dois principais favoritos ao título: Hamilton e Webber, que por sinal se recuperou muito bem da largada ruim, ultrapassou Massa na pista, ganhou duas posições, de Button e Vettel e passou Kubica na estratégia e eficiência no pit stop.

Enfim, já passadas mais de 30 voltas, começou as conversas entre pilotos e engenheiros para saber quando e quanto ia chover, ninguém sabia ao certo. Hamilton foi o que pareceu mais preocupado e aumentou ainda mais a vantagem para o segundo, que já era grande. Mas a chuva veio e os primeiros colocados permaneceram na pista. Resultado? Hamilton foi dar um passeio na brita e só manteve a primeira posição porque pisou fundo antes e abriu uma vantagem enorme.

A chuva apertou. Alonso acabou rodando sozinho, quebrou a suspensão e abandonou o carro atravessado no meio da pista. Safety Car de novo que ao sair da pista não causou nenhuma alteração. As posições se mantiveram. Ao fim da corrida:
Hamilton, Webber, Kubica, Massa, Sutil, Rosberg, Schumacher, Kobayashi, Petrov e Alguersuari.

Assim, Hamilton assumiu a liderança do campeonato, com 182 pontos. Webber tem 179. Vettel 151, Button tem 147 e Alonso em quinto, com 141.

A maioria dos que acompanham o campeonato concordam num ponto, e penso como a maioria, a seis corridas do fim do campeonato a disputa pelo título, como eu disse anteriormente será entre
Hamilton e Webber.

A próxima corrida será dia 12 de setembro, O GP da Itália em Monza, outro grande circuito. Com certeza vai ser uma corridão.





domingo, 15 de agosto de 2010

[MÚSICA] Noite de autográfos

Apesar de ter sido lá em junho, este acontecimento merece uma recordação. Contarei uma experiência um tanto quanto íntima, que talvez não seja lá muito interessante para quem entra esperando fofocas ou coisas futebolísticas ou de F1.

Em 2006, como já disse em alguns posts pra trás, eu era um quase formado em biblioteconomia quando um maldito detalhe adiou a minha formatura em 6 meses. Seria realmente muito pouco, se não fosse o fato de que eu estava há pelo menos 2 anos tentando formar e por motivos diversos eu não conseguia. Em 2005, como manda a tradição, a UnB entrou em greve e aí eu fiz minha monografia e apresentei em março do ano seguinte. Nas férias, eu entrei na minha página de aluno e descobri que ainda faltavam dois créditos. Depois de muito bate-boca, eu resolvi aceitar que tinha que ficar mais 6 meses na UnB fazendo natação para ser considerado um bibliotecário. Cumpri tudo direitinho, mas isso é outra história.

Isso me arrasou completamente e fiquei literalmente perdido. Depois de muitas horas, dias, meses de reflexão, eu saí um dia por aí e resolvi dar uma volta, indo num shopping popular que tem aqui no DF, perto da rodoviária do Plano. Lá pelas tantas, eu entrei na (provável) única loja de discos ainda em atividade por aqui. Mexendo no acervo, me deparei com uma promoção que hoje parece ter vindo dos céus. Todos os cds dos Engenheiros do Hawaii estavam custando exatamente R$11,90. Não tive dúvidas e comprei todos, por impulso, tentando entender porque tanta gente falava mal e porque alguns falavam tão bem. Talvez tenha sido uma das melhores compras da minha vida.


Para encurtar a história, ao escutar novamente aquelas canções que eu já tinha escutado uma ou duas vezes, e escutado algumas outras que nunca tinha escutado antes, senti um alívio por saber que alguém conseguia entender o que eu pensava, mesmo eu sabendo que o que eu pensava não era lá essas coisas. Naquela época, era exatamente o que eu precisava. Aquelas canções me inspiraram a tomar decisões dífícieis, mas que hoje eu vejo que foram fundamentais para me fazer ser o que eu sou hoje.

Depois que a gente cresce, a gente passa a achar meio babaquice essa questão da idolatria, tão presente nas fãs apaixonadas da família Restart e Cine. Por isso, toda vez que eu encontrava algum "famoso" na rua eu não sabia como agir, mesmo eu tendo admiração pelo sujeito. Já vi um monte deles por aí e nunca quis pedir um autográfo, por exemplo. Até esses dias, quando o Humberto Gessinger veio aqui em Brasília pra uma noite de autográfos para seu livro recém lançado. Quando fiquei sabendo, fui até a tal livraria onde aconteceria o evento, e fiquei na fila, falando com outros fãs de Engenheiros, muitos deles conversando sobre a obra, o livro, as músicas, e outros querendo chamar a atenção da atração da noite, sabe-se lá por qual motivo. E, no longo caminho, fiquei pensando o que eu poderia dizer para o Humberto, sem parecer aqueles fãs que eu tanto detestava.


A fila diminuía, eu ficava cada vez mais nervoso porque não conseguia pensar no que iria dizer. Pensei em fazer algum trocadilho com alguma letra que ele escreveu, já que ele mesmo adora fazer isso . Lembrei das situações que suas letras me consolaram, como quando eu descobri uma nova relação de amizade ("Eu sei que eles tem razão, mas a razão é só o que eles tem", de Cidade em Chamas), ou quando eu tentava entender o tratamento diferenciado que eu sofria das pessoas ("Quem são eles? Quem eles pensam que são?", de 3ª do Plural), ou quando eu tinha dúvidas sobre o outro "mundo" ("O céu é só uma promessa", de A Promessa). Pensei em contar que eu cantei uma música dele para minha afilhada recém nascida ("Pela janela alguém estará de olho em você, completamente paranóico", de Parabólica), ou sobre minha vontade de jogar tudo pro alto ("Às vezes fico a fim de mandar tudo pro espaço", de E-Stória), quem sabe talvez das vezes que me arrependi de ser tão babaca ("E agora eu pago meus pecados por ter acreditado que só se vive uma vez", de O Preço). Pensei inclusive em pedir pra ele me vender o baixo Steinberger que ele tem. Outras milhões de coisas apareceram. E quando chegou a minha vez, eu tirei a foto com ele (veja aqui), ele assinou meu livro, a única coisa que eu consegui dizer foi:

-Humberto, obrigado. Por tudo.

Ele me olhou com uma cara do tipo ter escutado isso um milhão de outras vezes, tão sinceras quanto. Mas nem me importei. Afinal, para quem já ajudou tanta gente nestas longas noites de solidão, ele tem o direito de ser um pouco assim...

domingo, 1 de agosto de 2010

[FÓRMULA 1] Hungaroring não tão monótona

O GP da Hungria costuma ser bem chatinho, um circuito travado, com muitas curvas de baixa e sem pontos de ultrapassagem. Com o domínio absoluto da Red Bul durante os treinos, com direito a dobradinha na primeira fila de largada, realmente pareceu que a corrida não passaria disso, um passeio da equipe austríaca. Na largada os principais destaques foram Alonso, que se beneficiou de largar do lado limpo da pista e tomou a segunda posição de Webber. Depois de algumas disputas por posições nas primeiras curvas, ao final da primeira volta as posições eram: Vettel, Alonso, Webber, Massa, Petrov, Hamilton, Rosberg, Kubica, Barrichello e Hulkenberg.


Largada sem grandes problemas

Hamilton fez uma bela ultrapassagem em Petrov, por fora da curva e assumiu a quinta posição numas das pouquíssimas disputas por posição que teve durante a corrida. Enquanto isso, Vettel sobrava muito lá na frente, Webber colocava pressão em Alonso e Massa ia tranquilo na quarta posição.

A essa altura, o que poderia por algum tempero nessa corrida seria se chovesse, o que parecia meio improvável, uma disputa entre Webber e Alonso ou algum incidente. O tal incidente aconteceu. Uma peça do Force India de Liuzzi se soltou e ao que parece, não daria tempo de um fiscal de pista ir lá tirar da pista em segurança até que Vettel passasse por ali, então Safety Car na pista e a correria para os boxes, Vettel foi atropelando a zebra para dar tempo de entrar nos pits. Aí a coisa virou uma confusão só e aconteceu dois incidentes toscos que não se vê sempre em corridas profissionais. O primeiro
incidente envolveu Rosberg. Sua roda não foi parafusada corretamente e ela acabou voando para fora do carro antes dele conseguir alcançar a pista felizmente, porém, a roda ainda atingiu um mecânico da Williams que acabou indo para o hospital. Logo em seguida, o segundo incidente: o mecânico da Renault liberou o Kubica antes do que devia, pois Sutil vinha para encostar para fazer seu pit. Os dois acabaram batendo. Depois foi punido com 10 segundos nos pits.

Algo que chamou a atenção foi que Webber continuou na pista, no que no início pareceu uma estratégia furada. A idéia era ele ficar na pista, abrir vantagem suficiente para quando fizesse seu pit, conseguisse volta a frente de Alonso. O problema é que Webber estava de pneus macios, em tese, dificilmente eles durariam tempo suficiente para que Webber abrisse vantagem suficiente. A Williams fez a mesma estratégia com Barrichello, que estava de pneus duros, mas a Williams não tem um carro como a Red Bull, acabou não dando tão certo. Hamilton passou Massa depois do seu pit, mas logo abandonou a corrida com problemas no carro, e com isso viu a liderança do campeonato escapando também.

Quando o SC saiu da pista, carros alinhados e na relargada Vettel ficou muito para trás, e para os comissários, Vettel deixou um espaço virtualmente maior do que dez carro entre ele e Webber, o que seria proibido. Acabaram punindo Vettel com um drive-through. Não concordei com a punição, não acho que foi intencional para beneficiar Webber, acho que foi apenas desatenção. E outra, como que o piloto, de dentro do carro, vai saber que a distância q ele deixou o piloto da frente abriu é de dez carros? O piloto no cockpit não devia se preocupar com isso. Reclamou muito enquanto cumpria a punição, gesticulando bastante.

A punição fez com que Vettel perdesse a segunda posição para Alonso. Teve alguma disputa, Vettel quase passou, acabou parando na grama, mas mesmo com um carro tão superior, Vettel não tentou mais nenhuma manobra, acho que ele ficou com medo de se envolver em algum toque mais sério e acabar outra corrida sem pontuar. Eu acho que ele devia ter arriscado um pouco mais pela enorme superioridade que a Red Bul mostrou nesse fim de semama andando na média 1 segundo mais rápido que as Ferraris, mesmo sendo Alonso na frente dele.

E a estratégia da Red Bull acabou saindo muito melhor do que a encomenda. Graças a estabilidade do grande carro da Red Bull e por Webber ser um piloto muito competente., que fez o que devia fazer, pisou fundo. Ele abria em média quase um segundo por volta, administrando muito bem o desgaste dos pneus e quando entrou nos pits na 43ª volta ele tinha 24 segundos de vantagem para Alonso, ele tinha feito o seu papel e depois a equipe fez o seu também, fazendo um pit perfeito. Webber voltou com sobra na frente de Alonso. Com pneus duros, continuou andando mais rápido que todo mundo e foi assim até o fim.

Lá atrás, as coisas estavam bem paradas, Massa só assistindo a corrida lá em quarto, Petrov, outro destaque positivo, mostrando que realmente conhece muito bem o circuito, em quinto, Hulkenberg em sexto seguido por De la Rosa, Button (num fim de semana apagadíssimo), Kobayashi, Schumacher e Barrichello, 11º depois do seu pit.

Aí que começou a melhor disputa da corrida. O carro da Williams era melhor que o da Mercedes. Barrichelo de pneus macios e novos começou a colocar pressão no alemão. Ele chegou a reclamar no rádio que Schumacher estava fechando ele. Eu não tinha visto nada de mais, até o momento que Barrichello botou por dentro, alinhou e Schumacher espremeu ele no muro. Como todos falaram, se o muro fosse um pouco mais longo, o resultado poderia ter sido feio. Barrichello falou pelo rádio que Schumacher devia levar bandeira preta pela manobra. Não levou, mas depois da prova foi punido com a perda de 10 posições na próxima corrida.


Barrichello chegou a tocar no muro na disputa com Schumacher


E terminou assim mesmo. Webber fez uma grande corrida, assumiu a ponta do campeonato no 100º GP da Red Bull e se levar o título esse ano será muito merecido. O campoenato ficou assim: Webber, 161; HAmilton, 157; Vettel, 151; Button, 147; Alonso, 141.

As férias de verão da F1 começam agora. Corrida agora só daqui a 4 semanas em Spa-Francorchamps. O campeonato já passou da metade, nada está definido ainda. McLaren, que era a segunda força do grid, parece que deu seu lugar a Ferrari, que evoluiu bastante. Mas a Red Bul abriu uma vantagem muito boa, tem um carro que se mostrou quase perfeito, e com certeza, esse ano só perde o título se a equipe, ou algum de seus pilotos, fizer alguma bobagem.